
A dança dos técnicos no Brasil
A alta rotatividade de técnicos no Brasil é grande problema para a formação dos times no país.
É incrível como a formação de um time na Europa leva anos enquanto no Brasil deve se levar apenas algumas semanas. Os técnicos tem um prazo muito curto para formar um time e os dirigentes querem resultados imediatos. Existem técnicos que ao menos conseguem extrair todo potencial de algumas futuras promessas.
Temos um exemplos recente com ano passado com Dorival Jr. No Palmeiras, o técnico ficou menos de seis meses no cargo e mesmo pegando um time com baixa estima e brigando para ser não ser rebaixado o técnico foi demitido sem ao menos ter a chance de começar uma temporada do zero, com um mínimo de tempo para montar um time. O pior de tudo é que ele foi trocado pelo “grande” Osvaldo de Oliveira ! Um técnico que se não do mesmo nível ou pior que Dorival Jr.

Isso porque deixei de citar a curta passagem do bom técnico Ricardo Gareca que ao ser demitido assumiu o comando do Peru e fez uma grande campanha na copa América com um time que não era lá essas coisas.
Então podemos tirar uma conclusão que a má campanha do Palmeiras no Brasileirão ano passado não foi em prol do técnico e sim por causa dos jogadores ruins á sua disposição.
Abaixo segue uma comparação entre os maiores times da Europa e os maiores times do Brasil:
REAL MADRID – Rafa Benítez (novo) – Carlos Ancelotti (2 anos/rompeu) – Última vez que o Real rompeu no meio da temporada foi em 2000.
BARCELONA – Luis Enrique (1 ano) – Última vez que o Barcelona rompeu no meio da temporada foi em 2003.
ARSENAL – Arsene Wenger (19 anos)
MANCHESTER UNITED – Louis Van Gaal (1 ano)
CHELSEA – José Mourinho (2 anos)
LIVERPOOL – Brendan Rodgers (3 anos)
MANCHESTER CITY – Manuel Pellegrini (2 anos)
BORUSSIA DORTMUND – Thomas Tuchel (novo – Jurgen Klopp (7 anos/rompeu)
BAYERN – Josep Guardiola (2 anos)
JUVENTUS – Massimiliano Allegri (1 ano)
MILAN – Inzaghi (1 ano)/rompeu)
INTERNAZIONALE – Roberto Mancini (7 meses)
*Quando se lê um ano nos casos europeus, significa, uma temporada inteira.
Dentre esses times temos alguns em franca decadência como Milan e Inter, no qua podemos ver que seus técnicos também não duraram muito tempo.
NO BRASIL
FLAMENGO – Cristóvão Borges (2 semanas)
FLUMINENSE – Enderson Moreira (3 semanas)
VASCO – Doriva (6 meses)
BOTAFOGO – Renê Simões (6 meses)
SANTOS – Marcelo Fernandes (3 meses)
CORINTHIANS – Tite (6 meses)
SÃO PAULO – Juan Carlos Osório (2 semanas)
PALMEIRAS – Alberto Valentim (interino, 1 dia), Oswaldo de Oliveira (rompeu)
CRUZEIRO – Vanderlei Luxemburgo – 1 semana
ATLÉTICO – Levir Culpi – 1 ano e 2 meses
INTERNACIONAL – Diego Aguirre – 6 meses
GRÊMIO – Roger Machado – 2 semanas
Você deve estar pensado assim: Que cara burro pegou os dados todos errados tem técnico ali que nem está mais no clube, já mudou muita coisa!

Acreditem ou não fiz isso propositalmente, para vocês entenderem esses são dados do mês de Julho deste ano e após apenas 3 mêses muita coisa já mudou !
Existe um forte atraso nos modos de gerir clubes no Brasil e junto com isso um grande atraso em relação aos clubes da Europa.
Muitos jogadores quando voltam retratam as diferenças entre jogar aqui e no velho continente como:
No Brasil, os presidentes e diretores não têm compromisso com o clube diretamente. Eles, muitas vezes, buscam seus próprios interesses. Na Europa, normalmente, os presidentes são os donos dos clubes, ou seja, são mais honestos, porque estão trabalhando com seu próprio dinheiro. Eles só escolhem pessoas de confiança para cargos altos, e por isso, eles possuem grandes estruturas.
Na Europa pagar em dia é obrigação. Até porque se algum time não estiver em dia com os seus pagamentos, ele não poderá ser inscrito em nenhum campeonato.
Os dirigentes são bastante responsáveis e profissionais. Muitas vezes acontece do dinheiro do patrocínio não ser suficiente para pagar as dívidas do clube, então eles acabam pagando déficits (são as dívidas que o time adquiriu, e não foram pagas até o fim do campeonato) com o seu próprio dinheiro.
Contratar e demitir em seis meses, significa perder 6 meses de preparação!

Para se formar um time vencedor que fique pelo menos algum tempo no topo é necessário tempo, como no caso de Alex Fergusson e Arsene Wenger que nem sempre foram tão vencedores.
Fergusson assumiu o Manchester United em 1986, porém seu primeiro título de première league veio apenas 6 anos depois na temporada 1992-1993. E se o United o tivesse dispensado nos primeiros anos? O que seria de todos 26 anos de história dele no United?
E o que dizer de Arsene Wenger que há anos não vence um título de Premier League e nos últimos anos vem figurando entre os coadjuvantes na Champions League?
Em um ano, a lista de técnicos demitidos em clubes brasileiros é grande: mais de 150 comandantes foram obrigados a deixar seus cargos.
Porém precisamos avaliar o Elenco e depois o técnico, como por exemplo o Cruzeiro duas vezes campeão nacional com Marcelo Oliveira e após um começo fraco de campanha esse ano foi demitido e substituído por Vanderley Luxemburgo que também com uma fraca campanha foi demitido meses depois. Será que o problemas dos clubes são apenas os técnicos?
Qual a sua opnião?
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O sobe e desce do Palmeiras | Futebol no Planeta
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