
Flamengo e Muricy, o que podemos esperar?
Flamengo inicia 2016 bem mais agitado do que nos últimos anos. Ativo no mercado, o flamengo contratou, até o momento, 8 jogadores (O goleiro muralha, os laterais Arthur Henrique, Chiquinho e Rodinei, os zagueiros Juan e Antônio Carlos, o volante Willian Arão e o meia Mancuello), mas ainda busca mais dois nomes, sendo um zagueiro (segundo a mídia, pode ser o Alejandro Donatti do rosário central ou o Luciano Lollo, do Racing) e um volante (Este poderá ser o Marcelo Diaz, Atualmente no Hamburgo, está por uma assinatura. Bom Jogador, sendo titular da seleção chilena) e ainda conta com toda a experiência do vencedor Muricy Ramalho. Mas, afinal, o que podemos esperar do flamengo 2016?
Acompanho o Muricy desde a época do São Paulo e tudo o que sei, observando sua forma de escalar e comandar é que o Muricy nunca fez questão de fazer a equipe jogar bonito. Seu intuito sempre foi vencer, independente de ser por 4 x 0 ou por ½ x 0. Sempre manteve como principal característica, por todos os times que passou, é o foco na bola parada, seja na área defensiva ou ofensiva. Não é um treinador que costuma treinar saída de bola, marcação individual. Seu ponto sempre foi bolas paradas.

Na área ofensiva, Muricy treinava insistentemente a bola na área. Cruzamentos de escanteio e faltas, todo o seu foco foi trabalhar nesse ponto. Para o cobrador (de falta ou escanteio), Muricy mostrava como buscar um jogador menos ou totalmente desmarcado, esperar o momento certo para fazer o lançamento. Para os demais, ele cobrava que os jogadores puxassem a marcação para que o jogador “x”, “y” e/ou “z” ficassem livres para receber a bola. Para os outros, ele mostrava como fugir da marcação, como e onde se posicionar. Seus treinos chegavam a ficar quase o dia todo apenas nisso.
Na área defensiva era sempre marcação, marcação e “bola pro mato”. Quando ele via que seu elenco tinha qualidade individual, cobrava jogadas de contra ataque, mas não as treinava. Deixava isso para que os jogadores resolvessem sozinhos em campo.
Muricy sempre dependeu da qualidade individual de cada jogador, nunca foi bom formador de elenco, por isso a maioria das criticas a seu trabalho é voltada a esse fator. Muricy dependia de elencos previamente prontos, deixando a ele apenas o trabalho de moldar e aplicar sua forma de jogar.
Esse é o velho Muricy. Um treinador que não se importava com o futebol bonito, apenas com a vitória. Contudo, nesse tempo que ele ficou parado não foi apenas para descanso, mas sim para aprimorar seu conhecimento. Seguindo o “fator Tite”, Muricy passou um tempo estudando na Europa (em algumas mídias foi citado que ele ficou cerca de 3 meses no velho continente), o qual 2 semanas ele estudou no atual maior clube do mundo, o Barcelona. Muricy acompanhou de perto o trabalho do Luis Enrique e também todo o trabalho feito na base, a estrutura, a forma de trabalhar, formações táticas, etc.. Ele pode estudar e acompanhar de perto o trabalho do time catalão.
Sendo assim, espera-se que, assim como o Tite, o Muricy tenha se aperfeiçoado. É notório em suas entrevistas que ele parece bem renovado, cheio de ideias e expectativas para por em pratica. Resta saber se ele vai conseguir implantar suas ideias no Flamengo ou se vamos ver o velho Muricy do futebol pratico, previsível, chato, porem vencedor.