
FlaFlu vs Ferj. O Racha
Os fãs do futebol nacional certamente sabem do racha entre os dois gigantes cariocas e a Federação de futebol do estado do Rio de Janeiro (FFERJ ou FERJ), mas muitas (des) informações estão espalhadas nas redes sociais e com isso muitas opiniões soltas surgem, algo tipo: “Flamengo e Fluminense querem acabar com o campeonato carioca”, “Isso é culpa da CBF que não da um tranca nesses dois egoístas que só pensam em si mesmos e danem-se os pequenos”, entre muitas outras opiniões lançadas ao vento que não condizem com a verdade, mas, afinal de contas, por que a dupla FlaFlu Rachou com a Ferj? Nessa matéria, vou abortar os principais pontos dessa briga interna.
Tudo começou antes do inicio do campeonato carioca de 2015, onde a FERJ (que mais parece ser liderada por Eurico Miranda, afinal, já notaram que, nas entrevistas, sempre quem responde pela federação é o Eurico? Sempre é ele que senta na cadeira do presidente e responde a todas as perguntas e questionamentos. O Rubinho raramente comparece, deixa tudo nas mãos do seu amigo, que nem seu vice ele é) implantaram algumas regras um tanto absurdas para a competição daquele ano. Abaixo, vou comentar ponto por ponto o que levou os dois gigantes cariocas a racharem com a FERJ:
- Taxa de 10% da renda de todos os jogos, sem incluir taxas extras:
As taxas extras são algumas taxas referente a taxa de arbitragem, antidoping, etc.. Em todos os jogos, os clubes tem que repassar 10% do que foi arrecadado durante aquele jogo + as taxas extras, levando a FERJ a ser a federação que mais lucra no país (Pra se ter uma noção, a federação mineira cobra 3% já incluindo as taxas extras), chegando ao absurdo da FERJ lucrar até mais do que os próprios clubes.
Na primeira rodada do campeonato carioca do ano passado, 75% dos jogos deram prejuízo. Dos grandes, apenas o Flamengo teve saldo positivo, lucrando 38.000 reais, contudo, a ferj levou 50.000 reais pra casa. O vasco, como mandante, teve um prejuízo de 8.000 reais.
Flamengo e Fluminense lutam para que esse valor seja revisto
- Ingressos, bilheteria e borderô.
A Ferj proibiu os clubes de darem descontos e prioridade na compra de ingressos para sócios torcedores; Todos os ingressos teriam preço de meia entrada e esse preço quem estipularia seria a própria federação e não mais os clubes. A ideia da FERJ era colocar preços populares (15/20 reais) gerando enorme prejuízo para todos os clubes.
O borderô não poderia ficar abaixo dos 25%. Caso tal jogo não chegasse a 25%, esse numero deveria ser mascarado, manipulado para que ficasse nessa faixa.
- Proibido usar time misto.
Os jogadores a serem escalados dependem única e exclusivamente do técnico. Se ele optar por usar time B naquele jogo por algum motivo aparente, ele tem de ter total direito para tal. A Ferj proibiu ainda ameaçando tirar o dinheiro destinado as cotas de TV dos clubes, o que é um completo absurdo, visto que, se o jogo será transmitido, não faz o menor sentido tirar a cota de TV daquele clube
- Proibido criticar.
Quem não lembra do protesto do luxa no carioca de 2015? Onde ele coloca uma fita na boca em protesto a ditadura implantada pela federação carioca o qual criou uma regra estapafúrdia onde o treinador e/ou jogador que a criticasse seria punido. O luxa fez uma critica a uma regra da Ferj onde só poderia inscrever 5 jogadores juniores. O Flamengo teve alguns jogadores lesionados e o Bressan tinha sido convocado para a seleção olímpica, obrigando Luxemburgo a improvisar jogadores para a posição. Sua reclamação foi a de não poder puxar juniores para disputar alguns jogos pelo carioca.
Flamengo e Fluminense não almejam acabar com o campeonato carioca, mas sim acabar com toda essa tirania da FERJ e tentar fazer do mesmo um campeonato mais atrativo. O carioca, considerado o estadual mais charmoso do Brasil, hoje não é lucrativo, é defasado e cheio de regras absurdas e sem sentido. Seria ótimo se, mais pra frente, eles consigam vencer essa queda de braço, pelo bem do futebol carioca e que os demais clubes menores do Rio entendam essa briga e saiam da asa do Eurico. Ele não quer o bem do futebol carioca, apenas quer ver o circo pegar fogo. Basta ver onde o Vasco está agora.