
Como Pep Guardiola irá avaliar o plantel do Manchester City?
Prevemos que a avaliação de Pep Guardiola do atual plantel do Manchester City será uma tarefa mais complicada do que se poderia esperar. Em todo o seu tempo no comando do Barcelona e Bayern de Munique há temas comuns e conceitos óbvios que ele ainda insiste – o simples conceito de posse de bola sendo o exemplo mais óbvio – mas o seu tipo favorito de jogador tem variado de forma dramática.
Vale a pena lembrar, por exemplo, que, quando Guardiola assumiu o comando do Bayern, há três anos, o consenso foi que ele encontraria um lugar para Franck Ribery e Arjen Robben.
Em vez disso, Guardiola teve que mudar seu sistema preferido para o 4-3-3 que na verdade era baseada em torno de Ribery e Robben, tentando levá-los driblar pelas pontas sempre que possível.
Na verdade, parecia inicialmente que “seu” Bayern seria baseado pesadamente em torno de Mario Götze e Thiago Alcantara, dois jogadores recém chegados que ele mesmo havia solicitado, além de Javi Martinez e Toni Kroos, que seriam os dois jogadores mais adequados a um estilo de jogo parecido com o do Barcelona.
No entanto, por causa das lesões e decisões táticas, bem como Kroos saindo para o Real Madrid, nenhum deles poderia ser considerado jogador chave.
Devemos, então, abordar este assunto com cuidado e ver direito como nós olharemos para o futuro no Estádio Etihad.

Embora a defesa do City tenha sido regularmente criticada nos últimos 18 meses, esta é uma área sobre com a qual Guardiola pode ficar relativamente otimista. Os defensores que ele mais abraçou durante a sua carreira foram jogadores jovens, que precisavam de moldagem e assim formou jogadores capazes de antecipar os perigos e ajustar sua posição conforme necessário. Gerard Pique foi o primeiro exemplo no Barcelona, mas o jogador do Bayern Jerome Boateng prova isso muito melhor.
“Guardiola ter descoberto Boateng mostra que ele é totalmente autodidata”, escreveu Marti Perarnau em seu diário que fala da primeira temporada do catalão no Bayern. “O jovem defensor alemão explicou que ninguém nunca lhe ensinou como se defender. Na verdade, Boateng confessa que nem sabia que a linha defensiva poderia ser organizada. Ele pensou que cada jogador defendia instintivamente. Guardiola percebeu a inocência de Boateng sobre este ponto de olhos arregalados, e percebeu que tinha uma pérola em suas mãos. Este é alguém com uma enorme quantidade de potencial, bem como uma clara vontade de aprender “.
Não é difícil imaginar Eliaquim Mangala como um caso semelhante, enquanto Nicolas Otamendi e Vincent Kompany já são defensores completos, que se adequam ao amor de Guardiola de pressionar com uma defesa alta, embora eles terão de ser mais disciplinados e jogar atrás de um meio-campo que está preocupado em se manter o compacto.
Não vamos mais presenciar as táticas irritantes do City mantendo sua linha de impedimento, mesmo quando a posição da bola sugere que eles precisam sair um pouco mais; o novo homem no comando vai ensinar esses jogadores como se defender de verdade.
Guardiola lançou zagueiros completos e de qualidade no Barcelona e Bayern, embora com estilos muito diferentes. Na Espanha, Dani Alves foi um jogador agressivo, energético com espírito de ataque na direita, enquanto do lado esquerdo Eric Abidal foi mais reservado, efetivamente um zagueiro central. Com o Bayern, Philipp Lahm e David Alaba foram usados no meio-campo algumas vezes.
O quarteto de laterais do City, Pablo Zabaleta, Bacary Sagna, Aleksandar Kolarov e Gael Clichy é bem sólido mas não tem nada de espetacular e é fácil imaginar Guardiola fazendo mudanças nesta área até porque todos os quatro jogadores tem mais de 30 anos.
Sagna pode até ser convertido em um zagueiro auxiliar, uma posição que ele jogou na vitória sobre o Aston Villa no fim de semana se Guardiola optar usar três zagueiros. Kolarov oferece um impulso de ataque como Daniel Alves, mas não a mesma qualidade.

A pergunta que não quer calar para um específico jogador diz respeito a Yaya Touré. O jogador da Costa do Marfim é o único jogador do City que Guardiola já treinou e Toure foi utilizado como volante – e às vezes de emergência como meia – em seus dias de Barcelona. Em 2010, e ele foi abandonado e depois vendido por causa da ascenção de Sergio Busquets que vinha jogando muita bola.
Hoje Toure não é mais um volante fixo e em vez disso faz muito a ligação com o ataque e sem dúvida gosta de atacar. Sua falta de interesse em ajudar a recuperar a posse de bola tem sido uma das principais deficiências do City na Liga dos Campeões e Guardiola irá certamente aproveitar a oportunidade para vendê-lo neste verão.
Na verdade, o agente de Toure parecia antecipar-se a decisão na segunda-feira após a confirmação de Guardiola.
“Eu acho que Yaya vai deixar o clube. Mas antes de sair, espero que ele vença novamente o campeonato e todas as taças”, disse Dimitri Seluk. “Não é questão de saber se Pep gosta dele ou não. É a vida, você sabe.”
Guardiola não têm a amabilidade de jogadores não estão preparados para aguentar o seu ritmo. Um de seus primeiros atos quando assumiu o Barcelona em 2008, foi anunciar a sua intenção de vender Ronaldinho, Deco e Samuel Eto’o, embora no final o atacante camaronês finalmente convenceu o treinador de seu valor.
O Meio-campo do City foi feito em torno de Toure por seis temporadas, com os colegas, como Gareth Barry, Nigel De Jong, Javi Garcia, Fernando, Fernandinho e Fabian Delph que necessitavam desempenhar papéis funcionais para cobrir as subidas dele.
A partida de Toure significaria ter que achar no mercado um outro volante ou meia de classe mundial. Fernandinho, por sua vez, pode assumir um papel mais importante. Ele é naturalmente um jogador mais ofensivo, mas foi limitado por exigências de Toure.
Do meio para frente temos um belo time. Certamente David Silva cairá nas graças de Guardiola e o treinador vai saber exrair o melhor da qualidade de Kevin de Bruyne considerando que o belga foi o melhor jogador da Bundesliga na última temporada.
O novo treinador pode fazer maravilhas com Raheem Sterling, um atacante brilhante e dinâmico, que mostrou uma versatilidade tática e muita vontade de aprender. Ainda com apenas 21 anos, Sterling poderia se tornar um campeão mundial.
Há dúvidas sobre Jesus Navas, que oferece uma alternativa como um ponta, mas é simplesmente muito ineficiente no final do jogo. Guardiola abraçou Ribery e Robben no Bayern que sempre eram ameaças de gol o que Navas, francamente, não é.
Samir Nasri, entretanto, foi ferido e hoje é um homem esquecido, mas o francês é um admirador sem vergonha das equipes que Guardiola criou e ao contrário de muitos jogadores, é um observador obsessivo de futebol. Ele poderia ser uma surpresa neste time, talvez com um papel um pouco mais atuante.
No ataque será fascinante ver como Sergio Aguero é usado. Sabemos que Guardiola gosta de usar falsos noves, embora ele também tenha tentado jogar com atacantes altos como Zlatan Ibrahimovic e Robert Lewandowski.
Aguero é provavelmente mais comparável a Eto’o ou David Villa, atacantes rápidos e produtivos que foram muitas vezes utilizados em funções mais importantes nas táticas de Guardiola.
O futuro parece menos brilhante para Wilfried Bony, que não parece adequado tanto taticamente ou em termos de qualidade. Kelechi Iheanacho é oito anos mais jovem do que o jogador da Costa do Marfim, por isso não irá se queixar estar sendo usado com menos frequência e, provavelmente, pode evoluir para um jogador melhor.
Claro, enquanto o Barcelona e Bayern eram clubes ricos, eles não eram instintivamente grandes gastadores, tendo se acostumado a desenvolver jogadores de suas categorias de base. Guardiola comprou esporadicamente, mas, por vezes, sem sucesso.
No City, ele vai ter um grande orçamento e não vai ter medo de gastá-lo, o que poderia levar a uma mudança significativa da equipe, com alguns nomes surpresa.
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