Forma inconstante do Liverpool faz final da Capital One Cup imprevisível

Uma das curiosidades da temporada do Liverpool, além da perseverança notável de Jurgen Klopp com Simon Mignolet no gol, tem sido a natureza bastante inconstante de seus níveis de desempenho.

A maioria dos seus jogos têm sido bastante morna, mas, em algumas ocasiões, eles foram totalmente brilhantes.

Foi o que aconteceu no 6-0 contra o Aston Villa na liga. Foi o que aconteceu no 6-1 contra o Southampton na Taça da Liga. E isso aconteceu – o mais visível e mais relevante foi no 4-1 ao vencer o Manchester City. A dúvida é, por que eles não podem ser assim com mais regularidade, e se eles vão ser assim neste domingo contra o City na final Capital One Cup.

Em alguns aspectos, a própria copa da liga é um símbolo de tudo isso. O troféu pode colocar um enorme brilho na campanha do Liverpool. Ele também poderia representar um sinal do progresso de Klopp.

Equipes em desenvolvimento tentam ganhar esse tipo de campeonato, afinal de contas, os caminho são geralmente mais ao longo. Quando o Manchester United venceu o troféu em 2006, por exemplo, Alex Ferguson tinha passado quase três anos para colocar a equipe no lugar – arrumando a defesa e focando em atacantes mais jovens, como Wayne Rooney e Cristiano Ronaldo.

Era semelhante com o Nottingham Forest em 1977-78, quando venceu a Taça da Liga para acionar três anos de brilho, e até mesmo para o Chelsea na última temporada – apesar dos problemas que estavam por vir.

O Liverpool de Klopp não se sente nessa fase ainda. Por um lado, ele não chegou a fazer decisões concretas sobre qualquer um dos jogadores, e fontes dizem que ele ainda quer dar-lhes chances até o final da temporada antes de decidir corretamente quem vai ser uma parte fundamental do futuro e quem não vai. Ele nem sequer trouxe quaisquer jogadores, exceto Steven Caulker por empréstimo e as contratações de Joel Matip e Marko Grujic.

 

Isso é inegavelmente um fator em porque eles têm sido muitas vezes tão mornos. Há uma desconexão natural entre um técnico e uma equipe que ainda não é realmente a ideal. Klopp está tentando impor um sistema de mentalidade para uma equipe que não pode ser completamente adequado a ele. Isso não vai mudar até que ele tenha mais jogadores que ele saiba que se encaixam em sua abordagem. A ligação e confiança entre o goleiro e a defesa e, em seguida, defesa e meio campo, certamente não se sentem completa.

Nada disso é culpa de Klopp, é claro. É o processo natural que qualquer novo técnico atravessa, especialmente quando se tenta proceder ao exame completo de uma equipe. Fontes dizem que o plantel do Liverpool tem visto “uma enorme diferença” para predecessor Brendan Rodgers, em termos de sua gestão de pessoas. Klopp é visto como uma pessoa mais agradável, e se envolve em tudo.

Tudo isso é por que ele ainda não foi criticado. No que se refere as poucas críticas que recebeu, ficaria ainda mais imprudente critica-lo se ele ganhar um troféu no domingo.

Assim, eles podem vencer no domingo? Eles podem fazer o que fizeram com o City no final de novembro? Eles podem repetir o nível de desempenho?

 

 

A questão mais pertinente, no entanto, é como foi que o bom desempenho contra a City surgiu. Algumas das melhores exibições do Liverpool tem sido um pouco circunstanciais. Eles jogaram com uma equipe do Aston Villa extremamente maleável e lamentável nos 6-0, e os 6-1 sobre Southampton parecia uma daquelas noites em que tudo dava certo – assim como para Daniel Sturridge.

O jogo contra City foi um pouco diferente. Foi uma rara ocasião quando um jogador de uma de forma extraordinariamente aberta, efetivamente facilitou o tipo de jogo que Klopp acha mais favorável. Ele admitiu isso depois.

“Tivemos que tentar encontrar algumas maneiras de causar-lhes problemas e é isso que nós fizemos”, disse Klopp. É quase um eufemismo. Novamente, foi o tipo de coesão e rapidez que parecia que tinha sido construída há anos.

“Se você ganhar uma bola [no ataque], então não é o caminho mais longo na direção certa e isso é muito importante, claro. Nós tentamos fazer coisas semelhantes, mas nem sempre do mesmo jeito.”

A outra questão, então, é se o City vai fazer as coisas do mesmo jeito.

Se eles jogarem tão abertos contra o Liverpool, poderia ser o tipo de faísca que a equipe de Klopp precisa. É como se a visão do técnico de repente, mesmo que apenas temporariamente, torna-se claro como cristal, e pode ainda levar a o troféu no domingo.

O problema é que isso é quase impossível de prever. Em alguns aspectos, este é um jogo entre os dois times mais imprevisíveis no país em termos de seu nível de desempenho.