
Alemanha parece preparada para a ausência de Schweinsteiger
A forma de Bastian Schweinsteiger parece preocupar nesta temporada, e esse foi o maior ponto de discussão na conferência de imprensa de Joachim Löw esta tarde. Mas no momento que o treinador da Alemanha estava em Berlim falando com os repórteres, o capitão já estava em Munique, passando por exames no joelho.
A perspectiva não era “positiva”, Löw foi advertido e, logo depois, a confirmação chegou. O jogador sofreu “uma ruptura parcial de seu ligamento colateral do joelho”, anunciou a Federação Alemã de Futebol, e ficará fora algumas semanas. A corrida de Schweinsteiger para voltar em forma frente ao começo da Euro agora será muito mais difícil.
Foi interessante ouvir o gerente geral da Alemanha Oliver Bierhoff publicamente advertindo que “a motivação e foco” do jogador deva sair da França, como se quisesse dizer que o Manchester United poderia ter feito mais nos últimos meses. Seu processo de recuperação será observado de perto pela hierarquia da Alemanha e Löw irá dar a seu jogador todo o tempo necessário para voltar para a equipe, ele não pode se dar ao luxo de construir seu time em torno dele por causa dessa incerteza.
Na melhor das hipóteses, Schweinsteiger está esperando o mesmo tipo de participação no trabalho que Löw introduziu durante a fase de grupos da Copa do Mundo, quando nem Schweinsteiger, Philipp Lahm, nem Sami Khedira começaram o torneio totalmente em forma. Löw terá pelo menos a oportunidade de pensar e experimentar algumas alternativas nos próximos meses.
Contra a Inglaterra, Toni Kroos provavelmente ocupará a vaga no meio-campo central de Schweinsteiger ao lado de Khedira, que irá liberar um espaço para o papel do 10 mais a frente no campo. Mario Götze, na necessidade desesperada de algum tempo de jogo (ele está esquentando o banco com Pep Guardiola em Munique), poderia ser o beneficiário.
No entanto, a implantação de Kroos como um dos dois meias no Bayern, Real Madrid e Alemanha não foi um sucesso absoluto. O jogador jogando em posicionamento defensivo muitas vezes não é o ideal.
No Brasil, Löw abordou estas limitações, proporcionando-lhe um papel mais ofensivo com dois jogadores atrás dele. Se Kroos vai realmente ficar como um dos dois volantes em uma formação alemã 4-2-3-1 em Berlim, Löw deve olhar atentamente para o sua defesa e avaliar se ele pode ser confiável lá na França. Kroos jogou bem o suficiente na final da Copa do Mundo de 2014 após lesões de Khedira e Christoph Kramer, mas o treinador nacional provavelmente ainda prefere uma solução mais natural.
Uma opção poderia ser Ilkay Gündogan, por exemplo. O meio-campista do Borussia Dortmund tem tido uma temporada fantástica sob comando de Thomas Tuchel, mas não foi convocado para os amistosos contra Inglaterra e Itália devido a um pé machucado. Gündogan será sem dúvida a primeira escolha de Löw para substituir Schweinsteiger na França. Talvez o jogador, alvo de Liverpool e Manchester City, jogue em qualquer caso; sua forma que merece certamente um lugar automático. O equilíbrio de Gündogan faz dele o craque perfeito por trás de Kroos e ele é tecnicamente forte o suficiente para oferecer “resistência e pressão” – com a capacidade de manter longe os atacantes que procuram perturbar seu time.
Felizmente para Löw, Bayern e Dortmund também têm criado novas alternativas em caso de necessidade. Joshua Kimmich, 21 e Julian Weigl, 20, tem sido excelente jogadores para seus respectivos clubes. Ambos não foram chamados por Löw (Weigl vai estar jogando para os sub-21), mas é quase inconcebível que eles não façam parte do esquadrão na Euro 2016 se continuarem a apresentar esse nível regular em seus clubes.
Kimmich e Weigl ofereceriam a possibilidade de um meio campo mais pragmático com dois jogadores realmente defensivos no meio-campo. Kramer (Bayer Leverkusen) também está disponível, e há os excelentes Lars Bender (Bayer Leverkusen), a dupla do Schalke de Sebastian Geis e Leon Goretzka e também o joven Mahmoud Dahoud (Gladbach).
De qualquer forma, Löw tem muitos jogadores a considerar para o lugar do capitão. Parece que a Alemanha não pode ajudar, mas entrar em um grande torneio com o seu capitão machucado seria ruim. Ao contrário, em 2006 e 2010, quando Michael Ballack foi o jogador mais importante (ou pelo menos amplamente considerado como tal), os problemas frequentes de Schweinsteiger nos últimos anos têm visto a equipe desenvolver um grau de independência de seu herói da final do Rio.