
A espera de Pato valeu a pena
Alexandre Pato precisou de paciência. Após desembarcar na Inglaterra no fim de janeiro, o atacante esperou por mais de dois meses para entrar em campo pelo Chelsea. No entanto, soube muito bem aproveitar a oportunidade em sua estreia. O brasileiro acabou como o grande personagem na vitória sobre o Aston Villa por 4 a 0, em Birmingham. Tudo bem que o lanterna da Premier League não é bem parâmetro nesta temporada, mas não é isso que diminui o bom papel feito por Pato, participando de todos os tentos de sua equipe. O camisa 11 demonstrou que merece mais alguns minutos em campo pelos Blues.
A entrada de Alexandre Pato em campo foi circunstancial. LoÏc Rémy começou o jogo no comando do ataque, mas sofreu uma lesão logo aos 23 minutos do primeiro tempo. A chance que o reforço tanto aguardou de Guus Hiddink. E a estrela do brasileiro começou a brilhar rapidamente. Em seu primeiro toque na bola, o camisa 11 iniciou a jogada do primeiro gol do Chelsea, no qual Azpilicueta serviu Loftus-Cheek. O chute mascado do garoto, dentro da área, morreu nas redes.
Pato demonstrava muita mobilidade e chamava o jogo para si, dando opções aos companheiros e abrindo pelas pontas. A ponto de ser decisivo para que o time ampliasse a diferença, pouco antes do intervalo. O brasileiro sofreu pênalti de Cissokho e cobrou, vencendo o goleiro Brad Guzan. Já no segundo tempo, o atacante daria mais algumas contribuições decisivas ao Chelsea. Sua troca de passes com Oscar permitiu que o camisa 8 desse a assistência para Pedro fazer o terceiro, no mais bonito gol dos Blues na tarde. Já o quarto saiu em um chute de Pato que Guzan não segurou e Pedro aproveitou o rebote para fechar a contagem.
Os minutos finais do duelo, contudo, acabaram marcados pelos protestos da torcida do Aston Villa. Há quatro dias o clube demitiu o técnico Rémi Garde, uma medida que se sugere um tanto quanto desesperada para quem está a nove pontos de deixar a zona de rebaixamento. Os torcedores abandonaram as arquibancadas bem antes do apito final, arremessaram aviões de papel na beira do campo e não economizaram a garganta nas vaias com o término da partida. Compreensível, para uma equipe tão tradicional que convive com o descaso.
Pato, de qualquer maneira, não tem culpa disso. E impressionou pelo nível de participação, até para quem não disputava um jogo competitivo desde 2015. Resta saber se tamanha disposição se manterá nas próximas chances que ganhar, um problema que demonstrou em outros momentos de sua carreira. Ainda assim, em um time que já não tem tantas pretensões na Premier League, seria natural ver o camisa 11 com mais frequência em campo, até pelos desfalques no ataque. Será primordial ao brasileiro – se não for para permanecer em Stamford Bridge, que seja ao menos para cavar espaço em outro clube que se interesse por seu futebol.