
Émerson, um dos volantes mais respeitados da Europa
Ninguém disputa mais de 70 jogos pela seleção brasileira à toa. Assim como é preciso ter qualidade para ser campeão nacional por quatro clubes diferentes. Émerson pode ser lembrado por muitos como um volante combativo que fez sucesso na Europa. Porém, a sua carreira foi além disso. O meia revelado pelo Grêmio acabou recuado com o tempo, mas manteve a qualidade técnica. Se não usava mais sua habilidade para criar chances no ataque, o mantinha para garantir uma ótima saída de bola e realizar desarmes limpos. Assim, se tornou um dos melhores de sua posição. Talento que completa 40 anos nesta segunda.
Émerson despontou no Grêmio a partir de 1994, mas era apenas uma peça útil no elenco até ganhar a posição em definitivo dois anos depois. Com a venda de Arílson para o Kaiserslautern, o garoto de 20 anos assumiu a meia e cresceu na campanha do Brasileirão de 1996. Teve papel fundamental na conquista tricolor, especialmente na reta final, como o homem incansável que também aparecia com força no apoio ao ataque. Balançou as redes cinco vezes, incluindo nas quartas de final contra o Palmeiras e nas semifinais diante do Goiás. Não à toa, atraiu o interesse do Bayer Leverkusen, vendido em 1997. E passou a frequentar as convocações da Seleção a partir de setembro daquele ano.
O recuo de Émerson aconteceu na Alemanha, sob as ordens do técnico Christoph Daum. Usando a camisa 10, o jovem desempenhava diferentes funções no Leverkusen, mas aparecia com frequência à frente da zaga, no 3-5-2. Mas, apesar disso, chegou à Copa de 1998 como meia, opção para substituir Romário. Naquele momento, também se tornava uma peça de confiança para a equipe nacional. E o impacto na Europa era notável, ganhando destaque na Alemanha a ponto de ser levado pela Roma em julho de 2000. Na capital italiana, Émerson passou quatro temporadas e viveu o melhor momento de sua carreira, auxiliando na reta final do título em 2001. Mas na época em que defendia o clube experimentou a maior frustração, cortado da Seleção às vésperas do Mundial da Coreia e do Japão. De longe, viu o penta.
A qualidade tática e física de Émerson era tanta que ele se transformou em uma peça primordial nos esquemas de Fábio Capello. Era o incansável “Puma”, apelido que ganhou pela vitalidade na cabeça de área. Com o treinador, seguiu para Juventus (em um negócio um tanto quanto polêmico, que causou a ira dos romanistas) e Real Madrid. E em ambos voltou a levantar a taça nacional. Além disso, teve boas atuações com o Brasil, se tornando capitão em ocasiões esporádicas e aparecendo entre os titulares inclusive na Copa de 2006 – embora tenha perdido o jogo decisivo contra a França por lesão. Só que a saída do Real Madrid marcou o declínio repentino da carreira, marcado pelas lesões. No Milan, então dono da Champions, jogou pouco em duas temporadas. Depois, ainda teve uma apagada passagem pelo Santos, antes de se aposentar, em 2009.
Coadjuvante em tempos nos quais a Seleção era recheada de estrelas, Émerson cumpriu o seu papel com discrição, mesmo mantendo ótima regularidade. Sua importância talvez seja mais fácil de medir pela maneira como se sobressaiu por seus clubes – em especial, nos tempos de futebol italiano. Vale relembrar as imagens: