
Wolfsburg se supera contra o Real Madrid
Sabíamos que clubes alemães eram uma pedra no sapato do Real Madrid, e que era bom os espanhóis terem cuidado, mesmo depois de uma boa vitória contra o Barcelona. A partida na tarde desta quarta-feira confirmou isso. Jogando bem, no geral, melhor que o adversário, o Wolfsburg alcançou um resultado gigante na Alemanha, uma vitória por 2 a 0 que o deixa definitivamente na briga por uma vaga entre os quatro melhores da Champions League e injeta ânimo nas quartas de final da competição.
Evidentemente, que o Wolfsburg tinha chances de passar às semifinais apenas por estar nas quartas. Mas seu confronto com o Real Madrid era considerado um dos mais desequilibrados dessa fase, senão o mais desigual. Nada como um bom jogo de bola para destruir as análises pré-jogo e criar boas histórias. Com o seu veloz e bem treinado contra-ataque, os alemães levaram muito perigo a Keylor Navas e até desperdiçaram oportunidades de ampliar o placar.
Os visitantes, evidentemente, não foram presas fáceis. Cristiano Ronaldo fez 1 a 0 logo aos 2 minutos do primeiro tempo, mas seu gol foi anulado pelo árbitro Gianluca Rocchi, que viu impedimento. Um lance bem difícil, em que o português parecia estar na mesma linha do último defensor do Wolfsburg. Marcando alto, os visitantes foram melhores durante os primeiros 15 minutos, e Benzema chegou e exigir uma boa defesa de Benaglio.
A torcida madridista também reclama do lance que mudou a partida. Aos 17 minutos, Casemiro cometeu pênalti duvidoso em Schürrle, que Ricardo Rodríguez converteu com categoria. A vantagem parcial no placar deu novo fôlego ao Wolfsburg para continuar defendendo-se bem, com um 4-1-4-1, que tinha Luiz Gustavo entre as linhas, Maximilian Arnold e Guilavogui pelo centro, Bruno Henrique à direita e Draxler à esquerda, com Schürrle à frente.
Aos 25, Bruno Henrique apareceu bem pela direita e cruzou rasteiro para Arnold, que se movimentou muito bem, antecipou-se a Sergio Ramos, e empurrou a bola para fazer 2 a 0. Benzema, completando boa jogada de Bale com a cabeça, quase descontou pouco depois, mas o Wolfsburg foi mesmo para o intervalo com um belíssimo placar.
O ex-jogador do Goiás era a grande válvula de escape do Wolfsburg pela direita, e os contra-ataques continuaram perigosos no segundo tempo, muitas vezes a um desvio aqui e um centímetro ali de matar a partida. Foi o que quase aconteceu aos 23 minutos da etapa final, quando o brasileiro, agora pela esquerda, achou Schürrle no outro lado da grande área, mas o chute do alemão passou por cima, com muito perigo.
O Real Madrid pressionou mais do que atacou, abafou mais do que criou e mereceu ter saído de campo com a derrota, sem marcar um único gol na Alemanha, o que o obriga a vencer por pelo menos 3 a 0 para se classificar às semifinais. Caso o Wolfsburg marque no Bernabéu, a missão fica ainda mais difícil. De qualquer maneira, a promessa é de um grande duelo na Espanha, uma injeção de ânimo muito bem-vinda a uma fase da Champions League que parecia previsível e monótona.