
O jogador referência do Vasco
O título em epígrafe pode remeter seu pensamento ao Nenê, visto que o craque se tornou símbolo máximo da história recente do Vasco, uma verdadeira referência! Porém, a dita referência que o artigo em questão pretende abordar, por incrível que pareça, não é o camisa dez cruzmaltino, mas na verdade, o nove.
Thalles ou Riascos? Os dois? Contratar alguém?
O péssimo desempenho ofensivo do Vasco na temporada anterior dava a entender que era prioridade contratar um novo centroavante. Reforçar o ataque era uma prioridade, algo urgente, necessidade máxima, porém não foi isso que aconteceu… Jorginho resolveu apostar no que tinha a sua disposição, o que de imediato causou pânico nos torcedores, afinal, as opções não empolgavam. Para ser sincero, eram dois jogadores que não passavam confiança alguma, tanto que eram reservas do LEANDRÃO. De um lado, o jovem, indisciplinado e irregular Thalles e do outro, o sujeito de talento questionável Riasco
No entanto, com o passar dos meses, tudo mudou! O mártir cessou! Os dois vivem ótimo momento e há inclusive quem queira os dois jogando juntos (pasmem). Lógico que há de se considerar que o campeonato carioca não é parâmetro razoável, não obstante, o nível da série B também não seja lá essas coisas, o que torna totalmente viável a manutenção dos dois para o decorrer da temporada.
O último artilheiro que o Vasco teve foi Gilberto, o pernambucano deixou o clube no ano passado, após o péssimo início do campeonato brasileiro, onde amargou um jejum de gols tão cruel que colocou em cheque todo prestígio que gozava após sagrar-se artilheiro e marcar o gol do título carioca de 2015.
Atualmente, o nome mais forte nos arredores de São Januário é o de Duvier Riascos. O colombiano de 29 anos tem jogado muito mais que o ídolo nacional Falcao Garcia (o que não é muita coisa). Com sete gols, ele é o artilheiro do Vasco no estadual. Riascos é um jogador de muita explosão e força física, de qualidade técnica questionável, bem verdade, porém é lutador e peçonhento. Ocorre que, o vínculo de empréstimo dele com o Vasco se encerra em julho, quando poderá retornar ao Cruzeiro, clube detentor dos seus direitos. A torcida que há meses atrás tinha pavor de seu nome, hoje teme perdê-lo, tendo em vista sua importância para o time.
Com oito gols na temporada, sendo cinco deles no carioca, Thalles era tido como uma das maiores promessas da base do Vasco e da seleção brasileira. Aos 20 anos, o jogador era presença certa (quase sempre titular) nas seleções de base canarinha. Havia quem dissesse que seria nome certo para vestir a nove nas Olimpiadas. A carreira dele tinha tudo para dar certo, não fosse a indisciplina e falta de comprometimento, que inclusive lhe renderam uma bronca pública de Jorginho.
Percebeu os verbos no passado? Ao que tudo indica, tudo isso também já virou passado! O atacante acordou para a vida! Pode não ser um jogador para clubes como Milan e Manchester United, que inclusive, já demonstraram interesse no seu futebol, mas seu vigor físico único e presença de área podem o levar muito longe. Arrisco dizer que poucos no país fazem a função de pivô melhor que ele, conforme pode se extrair de alguns dos seus gols na temporada.
Mas então, quem é o mais adequado? A raça e faro de gol de Riascos ou a presença de área e potencial de Thales? Como a fase de Jorge Henrique é macabra e o estado físico de Eder Luis não convence, o fato dos dois serem jogadores com características diferentes nos faz crer na possibilidade de vê-los atuando juntos. Ter o colombiano mais solto, flutuando pelos lados e partindo em diagonal, enquanto que o brasileiro seria o homem de área, figura que é essencial em um time que conta com Nenê e Andrezinho, dois jogadores de altíssima qualidade no passe (lançamentos e cruzamentos).
A realidade administrativa do Vasco nos faz crer que é inviável trazer um centroavante de nível superior aos dois, sendo assim, resta ao torcedor se apegar ao que tem, conforme dita o velho jargão nordestino “se só tem tu, vai tu mesmo”. Não que os dois sejam atacantes ruins, longe disso, porém, estão muito longe daquilo que o vascaíno se acostumou e deseja ver.