
A certeza de título do Barcelona passou para o Leicester
Foi num dia 16 de março, segundo o e-mail de confirmação da British Airways. O Barcelona liderava o Campeonato Espanhol com 8 pontos de vantagem sobre o Atlético e 12 sobre o Real Madrid, não perdia havia cinco meses e meio, Zidane já havia dito “a Liga está acabada”, Simeone comemorava por abrir diferença pro Villarreal e “ficar mais perto do objetivo, que é a vaga na Champions”.
Então, olhei na tabela. Última rodada, Granada x Barcelona, fora de casa.
“Até lá o Barcelona já ganhou a taça, os rivais já desistiram. Será um jogo sem importância, a TV não deve me mandar pra cobrir isso, Granada é longe, o time já terá sido campeão…”
Mudo a janela do navegador e vejo o calendário da Premier League. No mesmo dia, 15 de maio, Chelsea x Leicester, última rodada.
“O Leicester talvez já será campeão, mas quem se importa?, é a chance de ver o último jogo de um time histórico, de ser parte da maior façanha do futebol em nossos tempos, de ver Mahrez, Vardy, Kanté, Ranieri”.
Era de madrugada quando joguei 90 euros e 24 mil pontos de milhagem para realizar meu único sonho futebolístico de 2016: ver o Leicester campeão inglês. Ou, sejamos francos: ver o Goiás campeão inglês – já que, possivelmente, ele jamais será campeão brasileiro.
O Leicester não fraquejou. Está passando sem grandes rodopios pela fase de “vertigem” dos campeonatos de pontos corridos, aquela que começa quando o número da rodada tem início em 3. Aliás, é bem possível que, no jogo contra o Chelsea, o time já esteja recebendo as faixas.
Só que eu, muito possivelmente, não estarei em Stanford Bridge no dia histórico.
Culpa de um Barcelona que se perdeu entre crer-se invencível, ter um elenco de apenas 14 jogadores confiáveis, depender de craques que tiveram pouco descanso durante a temporada, entre outras coisas.
Para todo o mundo, o Barcelona desta temporada será marcado como o time que poderia ganhar tudo, mas se perdeu em uma sequência de jogos ruins.
Para mim, será o time que me impediu de ver ao vivo a história que me fez amar o futebol em 2016.