Conheça Mkhitaryan, o melhor do Alemão

O meia de R$ 120 mi fala 6 línguas, fez 2 faculdades e jogou no São Paulo

Nesta segunda, o meia Mkhitaryan, do Borussia Dortmund, desbancou Lewandowski, do Bayern, e foi eleito o melhor jogador de linha do Campeonato Alemão, na tradicional votação realizada pela revista Kicker. Além do futebol, o líder de assistências da Bundesliga também se destaca em outro campo: o acadêmico.

Nascido em 21 de janeiro de 1989, na Armênia (então parte da União Soviética), o hoje atleta avaliado em 30 milhões de euros (R$ 120 milhões) pelo site Transfermarkt sempre foi um aluno acima da média desde a infância, além de bom de bola. Não à toa, ele cursou duas universidades e possui diplomas em cursos completamente distintos.

O primeiro “canudo” foi o de educação física, no Instituto de Cultura Física da Armênia, universidade estatal famosa por formar grandes mestres de xadrez, além de Vazgen Sargsyan, ex-primeiro ministro do país.

Depois, Henrikh Mkhitaryan ainda se formou em economia no prestigioso Instituto São Petersburgo de Relações Internacionais, Economia e Direito. Futuramente, depois que pendurar as chuteiras, ele disse que quer fazer ainda um terceiro curso: direito.

Além da facilidade com os estudos, o meio-campista também sempre foi bom no aprendizado de línguas, o que acabou por transformá-lo em um poliglota.

Mkhitaryan fez ótima temporada no Alemão
Mkhitaryan fez ótima temporada no Alemão

Ao todo, ele fala seis idiomas: armênio e russo, de seu país natal, inglês, que aprendeu por conta própria, alemão, de seus anos na Bundesliga, francês, de quando sua família morou na França, nos tempos em que seu pai jogava como atacante do ASOA Valence, e… português.

Mkhitaryan desenvolveu fluência no idioma falado em Brasil e Portugal durante os três anos em que atuou pelo Shakhtar Donestk (2010 a 2013), período no qual fez amizade com a “legião brasileira” do clube ucraniano.

Antes disso, no entanto, ele já havia aprendido os fundamentos do português durante uma rápida passagem pelo Brasil, em 2003, quando fez um período de treinos na base do São Paulo.

Segundo informou o time tricolor, isso aconteceu entre junho e julho de 2003, quando a equipe recebeu oito jovens valores do futebol armênio, incluindo Henrikh, então uma joia do Pyunik Yerevan, além de um treinador, para um estágio.

À época, a base são-paulina ainda treinava na cidade de Barueri, na região metropolitana da capital, já que o CT de Cotia só ficou pronto em julho de 2005. Os armênios levaram do Brasil ensinamentos de técnicos como Cilinho e Marcos Vizolli, mas Mkhitaryan carregou muito mais em sua bagagem.

Além da língua portuguesa, o hoje meia do Dortmund deixou no Brasil sua primeira amizade com um atleta brasileiro: o meia Hernanes, que naquele ano começava a despontar nas categorias de base do clube do Morumbi.

Há apenas um registro de Mkhitaryan no São Paulo, feito por Vasken Yeginerian, descendente de armênios: uma foto ao lado de Hernanes. O campeão italiano com a Juventus se surpreendeu ao ver a imagem.

Mkhitaryan (dir) com Hernanes, em 2003
Mkhitaryan (dir) com Hernanes, em 2003

“Caramba! Mentira, bicho! Muito legal ver essa foto!”, sorriu.

“É claro que eu me lembro disso. Vieram três jogadores e um treinador da Armênia naquela época, e nós éramos super parceiros. Eu me comunicava em inglês com eles”, lembra.

“Não jogamos juntos, porque sou quatro anos mais velho do que o Mkhitaryan. Eles estavam fazendo uma espécie de estágio no Brasil. Fico feliz por ver que agora ele está fazendo tanto sucesso”, afirmou.

O sucesso, aliás, é marca na carreira de Henrikh. Talentoso desde muito novo, ele ganhou muitos títulos com o Shakhtar, sendo comprado por 27,5 milhões de euros (R$ 110 milhões, na cotação atual) pelo Borussia Dortmund, tornando-se a contratação mais cara da história dos aurinegros, em 2013.

Na Alemanha, só venceu uma taça (a Supercopa da Alemanha de 2014), mas se destacou pelo jogo coletivo. Na atual temporada, o camisa 10 foi o líder em assistências do Alemão, com 20 passes, seis a mais do que Douglas Costa, do Bayern.

No auge de sua forma, Mkhitaryan só lamenta uma coisa: que seu pai, outro grande nome do futebol armênio, não esteja mais vivo para ver seu sucesso.

Ex-atacante talentoso e um dos grandes nomes do antigo Campeonato Soviético, Hamlet Mkhitaryan morreu com apenas 33 anos, vítima de um tumor no cérebro. Apesar disso, o filho diz que, de alguma forma, se sente observado pelo pai.

“Acredito que ele me vê e está orgulhoso do que me tornei”, disse o meia, ao site oficial do Shakhtar Donetsk.

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