
Recordes e revanches da Copa da Alemanha
A lista inusitada lista de recordes em volta do torneio que acontece paralelamente à Bundesliga é um colírio para todo o fanático pela história do futebol alemão:
O ex-goleiro Oliver Kahn, outrora apelidado pela imprensa inglesa de “The Gorilla” e o mesmo que não resistiu aos chutes de Ronaldo, o fenômeno, na Copa de 2002, comemorou 6 vezes a vitória da Taça da Alemanha assim empatado com Claudio Pizarro (ex-Bayern e hoje Werder Bremen). Pizarro ainda soma mais 2 recordes: o peruano é o jogador estrangeiro de maior sucesso em toda a história da Bundesliga além de ser o escalado o maior números de vezes no campeonato alemão.
Bastian Schweinsteiger, ex-FC Bayern e atualmente Manchester United, é o recordista entre os jogadores somando 7 vitórias
Milagre
No artigo sobre a Final da DFB Pokal publicado na última segunda-feira (23), mencionamos que o fato dos dois times da Bundesliga estarem no confronto final não é uma consequência lógica, mas, assim quero crer, um gesto solícito do Deus do futebol no quesito atratividade para os torcedores alemães. Um exemplo: em 1992, o Hannover 96, na época na segunda divisão, foi o time vencedor em Berlim, esse mesmo que acaba de despencar para a Bundesliga 2 (a série B alemã).
Todas as boas coisas são 3
Assim prescreve um ditado popular no país da cerveja: O único jogador em toda a história da competição que participou de uma final 3 vezes consecutivas é a lenda Kurz Sommerlatt (87). Em 1955 e 1956 jogando pelo Karsruher SC e em 1957 pelo FC Bayern.
Record dos técnicos
O Hall da Fama dos técnicos que levaram a Taça por, ao todo, 3 vezes é curta, o que revela, no melhor sentido possível, a roleta russa que é esse torneio dos quais participa 18 times da primeira, 18 da segunda e os quatro primeiros colocados da terceira divisão. Na competição da Taça da Alemanha tudo é possível tendo o foco na meta de cada uma das equipes depois do juiz ter apitado a semifinal poder soltar o grito preso, às vezes por década, na garganta: “Berlim, Berlim, nós vamos para Berlim”, como prescreve a peregrinacao das torcidas que chegam à Final.
Foram eles:
A lenda Udo Lattek (1935-2015) – Borussia Dortmund, Schalke 04, FC Barcelona
Hennes Weisweller (1919-1983) – FC Köln, FC Barcelona, Borussia Möchengladbach
Otto Rehhagel (77) – ex-Werder Bremem, ex-seleção Grécia
Karl-Heinz Feldkamp (81) – ex-Dortmund, Bielefeld, FC Kaiserslautern
Thomas Schaaf (55) – ex-Werder Bremen e recém despedido do Hannover 96
O magnetismo do número 7
Em 4 disputas de finais houveram 7 gols:
1958 – Stuttgart e o Fortuna Düsseldorf: Placar final 4 a 3
1959 – Partida Schwarz-Weiß Essen (Essen preto e branco) e Borussia Neuenkirchen, clubes, hoje, desconhecidos, terminaram com o placar de 5 a 2
1982 – FC Bayern e Stuttgart 5 a 2. Nos anos 80, o Stuttgart ainda era um clube de prestigio. Depois de 50 anos de presença constante e inquestionável na Bundesliga, o clube financiado pelo fabricante de automóveis Daimler- Benz desabou para a segunda divisão e, até agora, a ficha não caiu para o ex-clube do brasileiro Giovane Élber.
2012 – Final de Luxo entre Borussia Dortmund X FC Bayern com o BVB na época sob o comando de Jürgen Klopp.
Sensação futebolística
Ao todo 3 clubes da terceira divisão conseguiram chegar à final. Foram eles:
Hertha Berlin (1993)
Energie Cottbus (1997)
FC Union Berlin (2001), clube de tradição e que tem os torcedores mais fiéis da capital
A primeira vez
Em 1935, quando ainda nem existia a Bundesliga, a competição pela Taça já era disputada. Em período do ápice do regime nacional-socialista de Hitler, o FC Nürnberg e o Schalke 04 disputavam a primeira final da competição que faria história e bateria recordes no futebol alemão.
No histórico dos anos desde 1935, o Schalke 04, clube hoje considerado “intreinável” que nem tão cedo sentirá o gostinho de disputar a LC, foi presença constante na final: 1935, 1936, 1941,1942 e 1955.
FC Bayern x Borussia Dortmund
Sem qualquer dúvida esses clubes são os protagonistas da Taça da Alemanha
A primeira vitória do clube bávaro foi em 1957. A do Borussia Dortmund, em 1965
Revanche eterna
Sempre que houver um confronto entre o FC Bayern e o BVB, atualmente os dois mais potentes times da Bundesliga, haverá um gostinho de revanche e não só pela rivalidade entre os dois times. Será mais do que isso: Baviera, potência econômica, surpreendente dobradinha entre tecnologia de ponta e calça de couro, sociedade elitista e hermética, católica e governada, com maioria absoluta, pelo partido do centro-direita, o CSU (União Social Cristã) e o autodenominado Rei da Baviera, El Patron, Horst Seehofer.
Borussia Dortmund, localizado na região Vale do Ruhr (em alemão, Ruhrgebiet, coloquialmente, Ruhrpott) é a região metropolitana mais populosa da Alemanha solo e imigrantes do leste europeu, ex-polo da indústria de carvão, solo de operários, adepta da religião evangélico luterana e terreno político dominado, tradicionalmente, pelos socialdemocratas (SPD, na sigla em alemão).
Todos os caminhos levam a Berlim
O campeonato da Bundesliga pode ser decidido em qualquer cidade, dependendo do número de pontos que essa ou aquela equipe (atualmente o FC Bayern) somar na reta final. Quem decide é o acaso. Já a final da Taça da Alemanha tem lugar marcado, mesmo ante do sorteio das equipes na fase inicial: A meta é e será sempre, Berlim.