
Robinho não está justificando suas cifras
A 5ª rodada do Campeonato Brasileiro marca a volta de Robinho ao Atlético-MG após três semanas afastado por lesão. No atual momento do Galo, cheio de desfalques, o atacante surge como esperança para colocar o time de volta no caminho das vitórias.
Sempre que vamos avaliar um jogador como Robinho, é preciso levar em consideração seu alto custo e a alta expectativa que recai sobre ele. Para tanto, vamos relembrar em que circunstâncias o atacante chegou ao Galo.

Muito questionado por sua péssima passagem pelo futebol chinês, havia quem defendesse o jogador alegando que faltava motivação no país asiático. De fato, por mais que os dólares do Guangzhou Evergrande sejam atrativos, a falta de competitividade no Campeonato Chinês pode ser um empecilho. Antes de aventurar na China, porém, Robinho já não vinha bem no Santos em 2015. Não à toa, o time da Baixada Santista armou uma equipe mais leve após sua saída e subiu de rendimento no Brasileirão e na Copa do Brasil.

Mesmo com esses antecedentes, Robinho chegou a Belo Horizonte com status de ídolo: salário alto, investimento da Dryworld e grande expectativa dos dirigentes e torcedores. Ao analisar os números friamente, o atacante parece vir bem no Atlético-MG: artilheiro do Campeonato Mineiro, Robinho já marcou 10 gols em 17 jogos com a camisa do Galo.
Ao destrinchar esses números, porém, é possível perceber como eles podem ser traiçoeiros: 9 dos 10 gols de Robinho pelo Atlético aconteceram em apenas quatro jogos, contra Tombense, Tupi, Villa Nova e Tricordiano, todos adversários bem abaixo do nível atleticano. É claro que o atleta tem méritos pelos gols marcados, mas será que vale pagar tão caro para um jogador marcar nove gols contra esses times?
Nos clássicos e nos jogos da Libertadores, o desempenho de Robinho não se compara ao do restante do Campeonato Mineiro, especialmente no torneio continental, como demonstrado abaixo:
Na Libertadores, Robinho não marcou nenhum gol e errou muitos passes: mesmo sem estar sequer entre os 10 maiores passadores do time, o atacante fica com a 5ª colocação no quesito passes errados.
Boa parte da torcida também pegou no pé do jogador pela ausência na partida decisiva contra o São Paulo. Mas a verdade é que Robinho não vem se caracterizado por ser um jogador muito presente nos últimos anos: na sua última passagem pelo Santos, o atleta deixou de jogar em 25% das partidas do clube. Nessa temporada, entre contusões, suspensões e rodízios de Aguirre, o camisa 7 já acumula um percentual de 30% de ausência desde sua estreia.

Além disso, o jogador já não fazia mais as vezes de protagonista no clube santista. Por mais que ele tenha tido algumas boas atuações nas duas últimas passagens pela equipe que o revelou, com gols e títulos, o atleta vivia à sombra de Neymar e Ganso, em 2010, e de Lucas Lima e Ricardo Oliveira, em 2015. Não é que Robinho não tivesse importância, mas também não era vital para o Santos.
O atacante teve boas passagens por Real Madrid, Manchester City e até mesmo no Milan, em seu primeiro ano. Porém, o jogador de hoje em dia passa longe de ser o craque que surgiu no Santos e chegou a brilhar até com a camisa da Seleção Brasileira.
Robinho continua acima da média de quase todos os jogadores que atuam no Brasil, mas o investimento feito para contar com o jogador é muito questionável. O atacante marca seus gols e tem espasmos de brilhantismos, mas não decide e nem faz jus ao status de craque que lhe oferecem.