
A trajetória de Messi para a bola de Ouro
A revista France Football criou a “Ballon d´Or em 1956. Na época o prêmio englobava apenas jogadores europeus. Em 1995 o prêmio passou a ser para jogadores do mundo todos, e em 2010 se unificou ao prêmio da FIFA que foi criado em 1991. Mas o que importa aqui nesta matéria hoje não é o origem e sim a importância do prêmio.
Com esse texto, inicia-se uma série em que dissecaremos o vencedor de determinado ano. E nada mais justo começarmos com o último vencedor, que também é o jogador com mais números de Bolas de Ouro na prateleira pessoal: Lionel Messi. A 60ª cerimônia coroou o argentino pela quinta vez, após uma dobradinha de Cristiano Ronaldo nos dois anos anteriores.
Vamos tentar fazer uma análise bem detalhada naquele que podemos dizer que o foi o ano do renascimento de Messi para o Futebol. O jogador se reinventou e começou a jogar de uma maneira diferente, mas sem perder sua genialidade.
O que foi Messi em 2015?
Tudo começou em Janeiro, e como sempre Messi estava fazendo a diferença. A equipe voltou a ser considerada favorita, pois seu começo de temporada o clube havia passado por alguns tropeços importantes que fizeram muitos começarem a questionar a qualidade do elenco do clube catalão.
Messi, nesse ano, também passou a receber novas funções. Luis Enrique, técnico do Barcelona, passou a usar o argentino novamente na ponta direita, fato que era muito raro após sua consolidação como ”falso 9”. Todavia, Lionel não mais seria aquele ponta fixo, na extremidade do campo, que tem como função avançar em diagonal, seja para finalizar a jogada, ou para servir um companheiro. A partir desse ano, o camisa 10 iniciava uma nova espécie de trabalho. Além de ser o genial finalizador, Messi também passou a se responsabilizar pela organização, cadência e primeiro passe da equipe.
Nas pontas Messi começou a dar passes longos e a inverter o jogo muitas vezes. Todos já sabemos que o argentino não é apenas um bom finalizador, mas possui um passe apurado. Messi começou a dar passes para companheiros que estavam longe dele, e com Xavi em fim de carreira e Iniesta que não estava fazendo uma boa temporada, a utilização do argentino mais afastado do ataque foi a salvação para a criação de jogadas.
Particularmente, 5 atletas colaboraram para sua nova atribuição. Daniel Alves, seu sempre parceiro no lado direito, era um deles, que subia ao ataque para puxar a marcação. Além dele, Ivan Rakitic, que veio do Sevilla ao Barcelona no início da temporada, foi essencial para a boa fase de Leo. O croata segurava as pontas com sua tarefa de cobrir os flancos e apoiar o ataque. Messi, Rakitic e Alves funcionavam como vértices de um triângulo, que, quando o argentino era o mais afastado dos vértices em relação à área adversária -fruto da constante troca de posição do time de Luis Enrique-, podia flutuar pela meia cancha, lançando o croata como elemento surpresa ou acionando Alves ora para alçar a bola na área, ora tabelando com o argentino.
Mais jogadores cooperaram para essa volta de Messi. Jordi Alba e Neymar que atuavam pela esquerda, onde Messi sempre conseguia lançar bolas para os dois jogadores. Messi deixou de apenas dar o ultimo passe ou finalizar, a criação das jogadas começou a passar pelo argentino também. A partir dos passes de Messi de longa distância, Alba e Neymar conseguiam receber bolas com pouca marcação ficando livres para criar jogadas de grande perigo.
O 5º atleta importante, e que talvez tenha oferecido a cereja do bolo para o time azul grená, é Luis Suárez. O uruguaio não apenas se tornou amigo pessoal de Messi, como também foi o responsável por empurrá-lo para a ponta. Com um camisa 9 do calibre de El Pistolero, o Barcelona não mais precisaria usar centroavantes na ponta, como ocorreu com David Villa e Eto’o. Suárez fechou o trio MSN e trouxe a qualidade de um jogador altruísta, preocupado com o time. Messi lançava o camisa 9, que, ou balançava as redes, ou jogava para o companheiro melhor habilitado. Além disso, os parceiros do argentino atraiam para si uma marcação muito mais atenciosa do que os outros parceiros de Messi, deixando-o mais livre para movimentar-se e trocar de posição com o próprio Luisito.
Os feitos de Messi em 2015?
Janeiro e fevereiro são os meses mais exaustivos do calendário espanhol. Os times têm, principalmente os grandes, compromisso na Copa do Rei, na Liga Espanhola e na UEFA Champions League. Não foi diferente com o Barcelona. Logo nas duas primeiras semanas do primeiro mês do ano, o clube encarou o Elche pelas oitavas da Copa Nacional. Messi esteve presente apenas na primeira partida. Obviamente que a dificuldade do cotejo não era grande, mas ainda assim Leo fez um excelente jogo, anotando um gol e dando duas assistências.
O problema maior estava para chegar. O Barça teria de enfrentar o atlético de Madrid três vezes. As ultimas atuações de Messi contra os colchoneros não tinham sido boas e o argentino teria que provar que essa fase já tinha passado. E não é que La pulga conseguiu!
Naquela altura, o Barcelona era 2º colocado no Campeonato Espanhol e o confronto era considerado chave. Em 90 minutos, Lionel Messi fez de tudo: dribles, arrancadas, gol, assistência, pênalti e recebeu cartão amarelo. Aos 12 minutos do primeiro tempo, o camisa 10 foi acionado por Daniel Alves, deu uma meia lua em Godín e cruzou rasteiro. A bola pererecou na frente de Luis Suárez, batendo na sua coxa, e sobrou para Neymar empurrar para o gol livre. Aos 35, ele já infernizava a vida da zaga rival com seus dribles em velocidade, recebeu lançamento de Busquets e dominou a bola, meio que de braço, meio que de peito. A zaga colchonera parou para reclamar e Lionel avançou em diagonal para assistir Suárez que entrava livre. Era o segundo gol com a participação do argentino. Messi estava tão sedento que também colaborava com a marcação. Entretanto, em uma de suas empreitadas defensivas, aos 12 minutos da segunda etapa, tentou desarmar Jesús Gámez dentro da área. O lance não é claro, ele não toca a bola, mas não foi possível notar se tocou o atleta do Atlético. De qualquer forma, a penalidade foi marcada e o jogo ficou mais emocionante com o 2-1 no placar. Porém, para voltar a ser considerado o grande rei do cotejo, o camisa 10 blaugrana precisava deixar o seu, que veio no fechar da cortina. Aos 42 da etapa final, Messi acionou Rakitic na lateral da área, que tentou devolver para o argentino. A bola acabou passando pelas suas costas, mas, por alguma intervenção divina, ela bateu na marcação e voltou, servida aos seus pés, necessitando apenas empurrá-la para o barbante. O renascimento estava iniciado.
O duelo pela Copa do Rei
Os culés vinham com moral para as duas partidas contra o Atlético na Copa do Rei. E se soubessem como Messi brilharia nesses e em todos os outros jogos decisivos do ano, os torcedores nem teriam quebrado a cabeça lá no começo da temporada. A primeira partida foi no Camp Nou e, como era de se esperar, o Atlético de Madrid evitou dar espaços ao Barcelona. Um empate fora de casa era ouro nas mãos dos colchoneros, mas que acabou sendo surrupiado por Lionel Messi. O argentino foi sequencialmente acionado na ponta direita, combinando jogadas principalmente com Daniel Alves. A solução dos problemas veio aos 40 minutos da etapa complementar. Leo cobrou uma falta direta, que ficou embaraçada no meio da área do Atlético. Busquets, conseguiu controlá-la e protegê-la, sendo tocado na confusão. O árbitro assinalou pênalti, que fora cobrado pelo camisa 10 no canto direito, o mesmo em que o goleiro Oblak pulou. Por sorte, o rebote voltou nos pés de Messi, que só empurrou para o gol vazio.
Uma semana depois, a partida de volta seria a grande comoção da imprensa e dos atletas. A rivalidade se acentuou de maneira que o 1 a 0 virou um placar perigoso para ambas as equipes. O Vicente Calderón havia visto somente uma derrota àquela altura na temporada, e logo aos 40 segundos tentou mostrar que seria a única, com Fernando Torres abrindo o marcador para os colchoneros. Uma reação rápida era necessária, e praticamente em sua primeira ação no jogo, aos 9 minutos, Messi puxou contra ataque com um drible desconcertante em Mário Suárez e um passe nos pés de Luisito. O uruguaio jogou para Neymar bater cruzado e igualar o marcador. Os rojiblancos buscaram a vantagem, que veio com Raul Garcia, ao passo que Miranda fez um gol contra que botou o Barcelona na frente outra vez. Ainda na primeira etapa, aos 40 minutos, Leo realizaria uma de suas características citadas no tópico anterior. Em um contra ataque puxado por ele, Neymar e Suárez se infiltraram na linha de zaga do Atlético. Do outro lado do campo, Jordi Alba corria verticalmente em direção à área, e Messi enfiou um passe em diagonal. Alba se esticou e cruzou para Neymar, que dominou com estilo, tirando de Oblak e fazendo o gol decisivo para o Barcelona.
Os blaugrana conseguiram sua classificação para as semi-finais em que enfrentariam o um Villarreal que vinha fazendo boa campanha no campeonato espanhol. Mas o submarino amarelo foi presa fácil para o Barça, que fez um duplo 3-1 contra os amarelos. Messi mais uma vez teve participação decisiva fazendo 3 gols. A final seria contra o Athletic de Bilbao, um jogo que colocaria Messi nas alturas.
Os play-offs da Champions
No começo de Fevereiro começou a segunda missão de Messi. A Champions League. As primeiras partidas na minha opnião foram determinantes para que Messi fosse premiado com a bola de Ouro.
A primeira partida seria pelas oitavas de final, contra o Manchester City. Time muito conhecido pelos jogadores do Barcelona, que, coincidentemente, fora seu rival na edição anterior da UCL. A primeira partida do certame seria realizada na Inglaterra, país aconchegante para os culés, que, além de grandes exibições contra os times da terra da rainha, conquistaram 2 Champions League em solo bretão.
|
Messi fez um bom primeiro jogo, apesar de não ter entrado em nenhum dado estatístico. Aliás, entrou: perdeu um pênalti no último minuto, que daria uma folga enorme para os catalães no jogo de volta. Em suma, o Barcelona dominou a partida, e venceu por 1-2, anotados por Suárez. No primeiro, aos 16 minutos, Lionel recebeu arremesso lateral rente à área de Joe Hart e cruzou na primeira trave para o uruguaio. O cabeceio saiu em cima de Kompany e, no retorno da bola, El Pistolero fuzilou o canto direito do gol inglês. O tento não mudou a situação, e o Barcelona continuou forçando o Manchester City. Em uma das bolas ganhas, Messi aproveitou para dar uma bela caneta em David Silva. O segundo gol teve participação mais direta do argentino. Ele recebeu um passe de Rakitic à 8 metros da área, e pela sua frente estavam 4 jogadores de azul. Sem tomar conhecimento disso, Messi costurou Kompany e Zabaleta, ignorando Milner e David Silva que vinham na cobertura e acionou Jordi Alba. O lateral blaugrana cruzou para a pequena área e Luisito esticou-se para ampliar o marcador. O jogo terminou e a vantagem de 1 gol vinha na bagagem dos catalães.
Três semanas após o jogo em Manchester, Barcelona esperava os citizens com agressividade. Não foi o que ocorreu. Mais uma vez, o time azul-grená prevaleceu e Lionel Messi fez uma de suas melhores partidas no ano. Um embate pessoal com Joe Hart o impediu de anotar um gol na magra vitória por 1 a 0. O Barcelona merecia muito mais nesse jogo, mas o goleirão da seleção inglesa impediu a tragédia maior. Com a presença ilustre de seu antigo técnico nas tribunas, Pep Guardiola, que seria outra vítima do melhor do mundo de 2015, o argentino fez chover, mostrando um repertório de dribles – incluindo a famosa caneta em Milner, isso após ter aplicado uma em Fernandinho -, lançamentos, tabelas e intensidade. Se torna até complicado explicar uma partida tão intensa como essa, sendo mais fácil vislumbrar seus melhores momentos. Apesar de não ter conseguido bater o goleiro Joe Hart, aos 31 minutos do primeiro tempo, Messi botou Rakitic, vindo de trás como elemento surpresa, na cara do gol, que, com um toque sutil, encobriu o paredão do Manchester City, marcando o único tento da noite.
Os torcedores ficaram satisfeiros com a vitória, mas Messi não estava satisfeito ainda. O trio MSN estava muito bem interligado e o ataque dos blaugrana estava impossível. Isso para Messi fazia muito bem.
Pausa para o El Clásico decisivo
Até os mais desinteressados por futebol pararam para assistir El Classico em 2015. O Barcelona que liderava o espanhol tinha o Real Madrid em sai cola e disputava o campeonato ponto a ponto. Messi não teve uma atuação extraordinária porém teve sua importância no jogo. Os culé já haviam perdido para o Real no primeiro turno da liga e estavam com engasgados com eles. Isso serviu de motivação para que o Barça fosse para cima com todas as forças do time merengue. Aos 18 minutos, Messi fez sua participação mais importante no jogo: em uma falta lateral na esquerda, alçou a redonda na direção de Mathieu. O zagueiro francês testou a bola com força, abrindo o marcador. Apesar da imensa pressão que os blancos fizeram na primeira etapa, tendo chegado a igualar o marcador aos 31 minutos, os culés venceram com um gol excepcional de Luis Suárez, após um lançamento de Daniel Alves. O Barcelona passava a encaminhar bem o primeiro título do ano.
De volta para a Champions…
Nas quartas de final, o Barcelona enfrentaria o Paris Saint-Germain, na França. Messi foi importante, mesmo não tendo sido uma de suas melhores partidas. O argentino, que atuou mais centralizado, sofreu na forte marcação de Verrati e Matuidi, mas também fez os dois atletas suarem e se estontearem. Acertou um belo disparo da entrada da área na trave do goleiro Sirigu e, aos 18 minutos da etapa inicial, recebeu na mesma faixa de campo, avançou e passou para Neymar abrir o placar. O jogo terminaria 3 a 1 para o Barcelona. Na partida de volta, Messi atuaria mais discretamente, tendo assistido o protagonismo do ponta brasileiro, que marcou dois na vitória por 2 a 1, sacramentando a vaga para a semi final.
Agora o Barcelona teria sua prova de fogo, e Messi a chance de se consagrar. Os catalães enfrentariam o Bayern de Munique, comandados por seu ex-técnico Pep Guardiola. Pela primeira vez no ano, o time jogaria a partida inicial em casa. Apesar dos desfalques da equipe bávara, o sistema defensivo alemão ainda era dos melhores, mas Lionel não se importou. O Camp Nou presenciou seu provável segundo melhor jogo do ano: Messi fazia de gato e sapato o lateral Bernat, costurou entre Xabi Alonso e Schweinsteiger e mostrou confiança nas arrancadas.
|
Apesar da boa noite que vinha tendo, o Barcelona esbarrava em Neuer, precisando urgentemente de uma criatura decisiva e salvadora. Eis que surge o camisa 10 de 1,70m de altura, que desmoronou todo o esquadrão bávaro em 13 minutos. Aos 32 da segunda etapa, a zaga do Bayern batia cabeça com uma saída rápida do goleirão germânico. Bernat adiantou demais a bola e Daniel Alves a roubou. Após um belo drible em Xabi Alonso, ele acionou o argentino que ajeitou na canhota e soltou um tiro rasteiro no contra-pé do melhor goleiro do mundo: 1-0. A festa já era grande, mas Messi não comemora antes de ser o coroado da noite. 4 minutos depois de balançar as redes, Lionel, que perambulava entre as linhas de defesa, recebeu de Rakitic e partiu pra cima de Boateng, zagueiro que fazia ótima partida. Em um lance que durou frações de segundo, Messi deu a entender que cortaria para a canhota como no primeiro gol, mas ele mudou a direção e deixou zagueiro bávaro estatelado na grama. Com apenas mais um toque na bola, com a perna direita, ele encobriu o gigante Manuel Neuer, que saia para abafar o lance. Um gol antológico, digno de Lionel Messi. Para encerrar a noite gloriosa, o argentino ainda puxou o contra ataque e deixou Neymar na cara do gol, para matar a partida. 3-0, dois gols e uma assistência, com vaga na final encaminhada.
|
O segundo jogo deixou claro como água as novas características descritas no início do texto. Isso porque, apesar da derrota por 3-2, o Barcelona conseguiu confirmar a sua classificação mesmo tomando um gol logo aos 7 minutos. E Messi foi essencial, mais uma vez, nesse capítulo. O camisa 10 fez um passe maestral para Suárez ficar frente a frente com Neuer. O uruguaio, sempre consciente, jogou para Neymar do outro lado, que não tinha marcação. Partida empatada aos 15 minutos do primeiro tempo. Aos 29, um contra ataque decidiu o jogo. A bola veio por cima, e Lionel deu uma casquinha de cabeça para trás, habilitando Suárez a repetir o processo do primeiro tento: bola cruzada, gol de Neymar. O apito final sacramentou o 5-3 no placar agregado e o Barcelona estava classificado para a sua oitava final de UEFA Champions League.
As “7 finais” de 2015.
La Liga
O título é metafórico, mas dadas as circunstâncias da temporada, o Barcelona teria uma final na La Liga, podendo ser campeão na penúltima rodada do campeonato. Quis o destino que a equipe catalã enfrentasse pela quarta vez em 2015 o Atlético de Madrid. A coincidência é ainda maior, quando notamos que os colchoneros foram campeões na temporada anterior jogando contra o Barcelona no Camp Nou. Agora, o Barça lutaria pela taça no Vicente Calderón. Mas as situações eram diferentes, isso porque os rojiblancos não disputavam a mais o título. Estavam em terceiro lugar, com a vaga na Champions assegurada e podendo estragar os sonhos do maior rival local, o Real Madrid. Tanto é, que o presidente da equipe, Enrique Cerezo, havia se manifestado, afirmando que ficaria feliz de comemorar com o Barcelona em sua casa. Uma declaração provocativa e peculiar.
A realidade é que o cotejo não foi fácil, mesmo após as declarações do administrador do time adversário. O Barcelona sofreu 22 faltas, ilustrando o quão pegado são as partidas entre ambas as equipes. Jogando com Pedro ao seu lado, Messi ficara sem um de seus parceiros, já que Suárez não jogava por suspensão. O que poderia ser um problema acabou sendo a solução. Aos 20 minutos do segundo tempo, Leo achou um espaço na marcação e tocou para Pedro no bico da grande área, que devolveu no ato. O argentino dominou, esperou a brecha da marcação e bateu sutilmente no canto de Oblak. O gol do título. A festa antecipada em uma rodada. O argentino seria o protagonista da primeira de outras 5 taças de 2015.
|
Lionel anotaria os dois gols blaugranas no empate contra o Deportivo La Coruña, na última rodada – que, inclusive, salvou o time do rebaixamento. Mas a cabeça dos culés, e provavelmente também a de Messi, já estava na final da Copa do Rei. A grande vantagem do Barcelona era a sede da partida: o Camp Nou.
Copa del Rey
Já se adianta algo: é a melhor partida de Lionel Messi no ano. Não porque marcou um gol antológico que abriu o marcador, ou porque fez dois dos três tentos da final. Mas a circunstância do jogo era a seguinte: Barcelona e Athletic Bilbao se enfrentariam, e o técnico espanhol Ernesto Valverde pensou que a única forma de parar o Barcelona seria parando Messi, assim como os bascos pararam Maradona em 1985, faturando a taça. Dessa forma, o treinador deu uma nova tarefa para Balenziaga, lateral esquerdo dos Leones: abdicar 100% de jogar futebol. Ele não iria atrás do rebote, ou subiria para cabecear um escanteio. Seu papel no dia 30 de maio de 2015 era marcar o camisa 10blaugrana. Grudar no argentino como se sua vida dependesse disso.
O problema é que Balenziaga, no auge dos seus 27 anos, esqueceu que Messi também não joga futebol. Pratica um esporte muito parecido, mas que não podemos ter a audácia de dizer que é igual ao que praticamos nos sábados com os amigos, ou aquele que vamos assistir nas arquibancadas de domingo. Começou com 10 minutos de jogo, Lionel lançou uma bola perfeita para Neymar estufar as redes, mas a bandeira subiu, e o gol foi anulado. Não satisfeito, Messi fez mágica. Com 20 minutos da etapa inicial, ele parou a bola e, mesmo com todas as condições desfavoráveis para partir com ela dominada, ele partiu. Ignorou o lateral predestinado a acabar com seu dia, avançou pelo lado direito do campo e, mesmo cercado por Mikel Rico e Etxebarria, passou como se ninguém estivesse por lá. Deu uma meia lua em Balenziaga, escapou de um pontapé do carequinha Rico, cortou Laporte como se fosse um zagueiro da várzea e estufou o canto esquerdo do goleiro Herrerín. Um absurdo. Algo que contradiz tudo que entendemos por lógica e física.
Tudo que ocorreu no jogo, e até mesmo o levantamento da taça ao final dos 90 minutos, se tornou efêmero após a pintura. Após cruzamento de Daniel Alves, Messi ainda anotaria outro gol, o terceiro do Barcelona, aos 28 minutos, escapando de um insistente Balenziaga, que poderia ter rotulado sua função em campo como “missão impossível” e acertando, com o lado externo do pé esquerdo, o canto do gol basco. O jogo terminaria 3-1, e ninguém mais imaginava outro campeão de tudo que disputaria a não ser esse Barcelona de Neymar, Suárez e um monstro chamado Lionel Messi.
UEFA Champions League
Todas as expectativas naquele esquadrão oriundo da Catalunha acabaram se concretizando em 6 de Junho, último dia da temporada 2014/15. Berlim fora escolhida para ser a sede das duas melhores equipes da maior competição europeia e, por lá, seria disputada a final da UEFA Champions League de 2015 entre Barcelona e Juventus. Podemos notar 3 aspectos peculiares, daqueles citados no primeiro tópico no futebol de Messi. Leo se apresentou para usá-las e, apesar de não ter aparecido para os viciados em estatísticas, ele participou dos três gols, de três maneiras diferentes.
E, logo aos 4 minutos de jogo, Lionel Messi inverteu uma bola para Jordi Alba, com um passe que poucos encontrariam com tamanha facilidade. A bola chegou até o lateral, que amaciou para Neymar. O brasileiro sararicou na lateral da área e brilhantemente encontrou Iniesta. Solidário, o meia blaugrana soltou para Rakitic que, livre, bateu para o gol de Buffon. Barcelona abria o placar.
Apesar do empate da Juventus na etapa final, com Álvaro Morata, Messi voltaria para reverter a situação aos 23 minutos. Em uma jogada clássica do argentino, ele recebeu a bola no círculo central de Rakitic e percorreu cerca de 30 metros com ela, até a entrada da área. Entre as linhas defensivas da Vecchia Signora, o camisa 10 se livrou de Barzagli, que despencou no relvado, e soltou a canhota. Buffon defendeu, mas não segurou, e a bola sobrou limpa para Suárez, vindo de trás, desempatar o marcador.
Um uma situação que se tornou rotineira do Barcelona de Luis Enrique e MSN, o time ainda teve tempo de armar um contra ataque letal, que recebeu a contribuição de Messi. Era o último minuto de um extenso acréscimo. A Juventus jogou a bola na direção da área culé em uma falta no meio campo. Piqué, zagueiro mais alto da defensiva barcelonista, cortou duas vezes e a bola caiu nos pés de Leo, que cutucou para Neymar. O brasileiro atravessou o campo com apenas um marcador na sua frente. Inteligentemente, soltou para Pedro – que havia substituído Suárez -, mas recebeu logo em seguida do espanhol, e concluiu entre as pernas de Buffon.

Copa América
As três finais disputadas – obviamente contamos a partida contra o Atlético de Madrid como uma final metafórica – foram vencidas, tendo os pés abençoados de Messi como pivô das conquistas. Leo ganharia confiança para seguir em busca de mais. E a próxima missão era no Chile, onde a Argentina disputaria a Copa América.
Messi sabe, que mesmo em momentos abençoados de sua carreira, as suas funções, parceiros, condições e até mesmo a pressão sofrida quando atua pela Albiceleste mudam drasticamente. O capitão da seleção estava obstinado a superar esses desconfortos, que tiveram início lá em 2010, quando fora eliminado pela Alemanha na Copa da África, passando pelo episódio de 2011, quando fora derrotado pelo Uruguai, em casa, pela mesma competição que disputaria esse ano e, mais recentemente, em 2014, em que novamente a Alemanha acabou com os sonhos do título da Copa do Mundo.
Dessa vez, o problema parecia ter vértices distintos. O time era bom, tanto é que chegara à uma final de Copa do Mundo no ano anterior; o técnico, Tata Martino, era novo, mas mesmo com um grande material humano não agradava aos adeptos; e a pressão era maior de que nunca. Se a albiceleste bateu na trave na Copa do Mundo, era sua obrigação ganhar a Copa América, mesmo não tendo enfrentado seleções sul-americanas no torneio disputado no Brasil. Paralelamente, era obrigação de Messi erguer a taça e ser o protagonista.
Infelizmente, os argentinos mantiveram a seca. E Lionel, apesar de duas ou três boas atuações, não conseguiu ser o protagonista em solo chileno. Os dois primeiros jogos da fase de grupos, por exemplo, não foram más partidas do capitão da Albiceleste, mas também estiveram longe de ser as grandes exibições com o manto azul grená. Os argentinos avançaram invictos para a fase de mata-mata com um empate (2-2 contra o Paraguai) e duas vitórias (dois 1-0, contra Uruguai e Jamaica) colocaram a Argentina como líder do grupo B.
Nas quartas de final, um jogo truncado contra a Colômbia. Os argentinos, apesar de terem sido melhores no jogo, não converteram as chances em gols e o jogo foi para os pênaltis com o placar zerado. Messi convertera o seu logo na primeira cobrança argentina. O placar final seria 5-4 para a albiceleste.
A melhor exibição de Leo nas semi-finais, contra o Paraguai, equipe que castigou a displicência argentina no primeiro jogo da competição e arrancou um empate na segunda etapa do jogo. Nesse, as coisas seriam diferentes. A Argentina foi muito mais valente e objetiva, e coube ao capitão Messi dar o toque de genialidade. Logo aos 14 minutos do primeiro tempo, Leo cobrou uma falta da intermediária, lado esquerdo, na área paraguaia. A bola cruzou a marca do pênalti, passou poucos centímetros da cabeça de Demichelis e caiu nos pés de Marco Rojo. Com um domínio “sem querer”, o lateral bateu forte e rasteiro, abrindo o contador para a Argentina.
Aos 20 e 26 minutos, Messi encontraria Javier Pastore em duas oportunidades. Na primeira, o camisa 10 ganhou a bola no campo de defesa e a recebeu de volta em um cabeceio de Agüero, arrancou da intermediária até a entrada da área paraguaia e achou Javier do outro lado, que bateu em cima do goleiro Villar. Na segunda, o lance foi fatal. Leo recebeu na metade do campo de ataque e rapidamente tocou no ponto futuro para Pastore dominar e chutar cruzado. O marcador permitiu a Argentina levar um gol aos 44 minutos sem tomar grandes sustos.
Messi também participaria indiretamente do terceiro e quarto gol albiceleste. Com espaços para organizar o meio campo, ele recebeu a bola logo a 1 minuto do segundo tempo de Biglia na linha central e tocou de primeira para Mascherano, clareando o espaço do time na puxada de contra ataque. Dalí, Masche acionou Pastore, que jogou para Di María marcar. O quarto tento seria consequência da jogada mais plástica do camisa 10 na competição, e que evidenciou os espaços que o capitão tinha: A jogada começou com um erro de passe de Zabaleta. A redonda foi rebatida pela zaga paraguaia e Leo, situado no meio de campo, correu para disputar a bola com Cáceres. Ele ganhou do camisa 15 e correu. Com um drible curto, protegeu a bola de Aguilar, que corria no mesmo sentido que Messi, e aplicou uma caneta desconcertante em Váldez, o qual tentou um carrinho que acabou derrubando o próprio companheiro Aguilar. A jogada teve sua continuidade, e Lionel destinou a bola para Javier Pastore, outro que estava em uma noite iluminada. O camisa 21 chutou em cima do goleiro e sobrou para Di María cutucar pra rede.
Messi passou, então, a buscar seu gol, e seus companheiros o ajudaram. Em uma das empreitadas, ele aplicou outra boa jogada individual e tocou para Pastore que, dentro da área e com chances para finalizar, devolveu para o camisa 10 em grandes condições. Mas Leo se perdeu, tentou ajeitar a bola para a canhota e acabou permitindo a recuperação do goleiro, que defendeu bem o disparo. Como o mar não estava pra peixe, restou ao baixinho Lionel ajudar seus companheiros. Aos 35 minutos, recebeu na entrada da área e inverteu para o lado esquerdo, onde Di Maria realizou um cruzamento perfeito para Agüero anotar o quinto. Dois minutos depois, o camisa 10 tabelou com Banega na área paraguaia e, mesmo caído, tocou na medida para Higuaín fechar o marcador da noite. Um sonoro 6-1 aumentava o ânimo argentino e pressionava mais ainda o capitão para a conquista da taça.
Entretanto, não seria dessa vez. Messi foi para a final precisando ser o protagonista, mas acabou não ajudando e nem sendo ajudado pelo seus companheiros. Enfrentando um Chile tão sedento quanto a Argentina, ele acabou esbarrando na forte marcação do time de Sampaoli, além da boa atuação de seu companheiro de equipe, Cláudio Bravo. Atuando aberto na direita no primeiro tempo e mais centralizado no segundo e prorrogação, o capitão achou poucos espaços. Em um deles, já nos acréscimos da etapa final do tempo regulamentar, ele encontrou Lavezzi na esquerda, que cruzou em diagonal para a entrada de Higuaín, que perdeu um gol incrível. Com o placar fechado, a disputa por pênaltis foi a solução e o camisa 10 converteu sua cobrança – a primeira, como de costume -, mas assistiu Higuaín e Banega errarem seus chutes, que sacramentou o 4-1 para os chilenos.
UEFA Supercup
Se, mesmo após três títulos, a temporada havia acabado de maneira trágica para Messi, que teria que aguentar milhões de críticas de seu país natal por não conseguir o título para sua seleção, a de 2015/16 começaria triunfante. O Barcelona tinha seu primeiro compromisso já em uma final. A UEFA Supercup envolve o campeão da UCL, Barcelona, e UEL, Sevilla (bicampeão, no caso).
Disputado em jogo único, o jogo é levado a sério por uns e considerado uma pré-temporada para outros. Ainda assim, é um título oficial e importante. O técnico Luis Enrique optou pelo time principal, colocando o goleiro Ter Stegen na meta. E o jogo começou a mil por hora. Logo aos 3 minutos, Mascherano cometeu falta, após um erro da zaga blaugrana. Banega bateu com perfeição, e colocou o Barcelona em desvantagem. O pânico não seria grande e a solução viria nos pés de Messi, da mesma forma que o Sevilla puniu os catalães. O árbitro apitou uma falta fora do lance de Krychowiak em Luis Suárez no lado direto. Lionel colocaria a bola por cima da barreira, com muito jeito, no ângulo de Beto. Um tento que manteve o Barça em cima do Sevilla e que culminaria em mais um tiro livre para os culés. Dessa vez, foi o próprio Banega, autor do gol dos campeões da Europa League, quem acertou Rakitic. A falta era mais distante, mais centralizada e para o lado esquerdo, o que favorece ao chute de um destro. Mas, tratando-se de Leo Messi, não existe lado seguro: ele ajeitou a bola e bateu por cima de Krohn-Dehli, botando um curva que faria a bola morrer no famoso “canto do goleiro”. Mais difícil do que acreditar em três gols de falta em 17 minutos é desvendar qual deles foi o mais bonito.
Messi manteria a boa partida, executando dribles e fazendo passes. O primeiro tempo terminaria 3-1, e o Barcelona ainda ampliaria logo aos 6 minutos do segundo. Uma reação parecia improvável àquela altura, mas ocorreu. O Sevilla conseguiu achar os espaços e as alterações do técnico Unai Emery foram efetivas. O empate em 4-4 levou o jogo para uma exaustiva prorrogação e a forma como ela seria resolvida não poderia ser outra: Messi recebeu na entrada da área aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação e foi parado por Mariano quase dentro da meia lua da grande área. Falta assinalada e apreensão para ambos os times. Mais uma vez, Leo ajeitou e cobrou encima da barreira. O rebote caiu para o argentino, que emendou na direção da baliza. Beto esticou o braço esquerdo para evitar o gol do camisa 10, mas deixou a bola servida para Pedro Rodríguez estufar as redes. Era o tento do 4º título blaugrana na temporada.
|
Supercopa da Espanha: a humilhação
Não se sabe os motivos que levaram o Barcelona sofrer tamanha humilhação no dia 14 de agosto de 2015, no país basco. A verdade é que houve uma pane. Uma falha no sistema central daquele time tão confiante, que seria domado por um valente Athletic Bilbao. Nem Messi foi capaz de fazer algo. O Barcelona sofreu um pesado 4-0 no San Mamés, com show do veterano Aduriz e até gol do meio de campo de San José. O timeblaugrana foi a campo com 7 alterações, entre elas: Busquets, Iniesta, Piqué, Rakitic, Alba e Neymar, que havia contraído caxumba. Lucho provavelmente pensou na possibilidade de resguardar alguns atletas para o jogo de volta. O problema é que, agora, a segunda perna da final deveria ser um jogo esplendoroso da equipe, para conseguir se sagrar campeã.
O jogo no Camp Nou não mudou as coisas. Apesar da agressividade culé, o time chegou ao gol apenas no fim do primeiro tempo. E foi Messi quem anotou. Aos 43 minutos, Rakitic alçou a bola na área na direção de Suárez, que, perto da pequena área, cutucou para o argentino dominar e emendar para o gol. O jogo se tornou ainda mais difícil quando, aos 10 da segunda etapa, Piqué foi expulso e Aduriz fez o gol de empate, o 4º nos dois jogos. Parece que a única final pelo Barcelona em que Messi não foi protagonista no ano foi essa, ofuscado por um artilheiro de 34 anos.
La Liga, lesão e retorno
O Barcelona ingressara na La Liga contra o mesmo Athletic, mas, dessa vez, vencendo a equipe basca. O esquadrão blaugrana alternaria partidas intensas e sonolentas, o que seria um problema futuro. O camisa 10 culé seria coroado, nesse período, com o prêmio de melhor jogador na Europa, pela UEFA, com massacrantes 49 votos de 54 possíveis. Messi participara de todos os seis primeiros jogos como titular, com exceção de um, e o mais importante deles, contra o Atlético de Madrid.
Leo foi liberado por Luis Enrique para o nascimento de seu segundo filho, Mateo. Ainda assim, sentou no banco de reservas e, quando foi chamado por Lucho, resolveu a partida. O placar fixava 1 a 1 e Messi entrou aos 15 do segundo tempo na vaga de Rakitic e, 17 minutos depois, quando Alba tocou para Luisito após uma bola espirrada, que de primeira, amaciou para o camisa 10 dar um toque sutil com a parte externa do pé esquerdo e virar o jogo no Vicente Calderón.
As boas atuações daquele Barcelona se encerrariam contra o Celta de Vigo. O time da Galícia aplicou 4 a 1 nos catalães, em mais um dia de pesadelo. Após aquele episódio, parecia que a “fase ruim” se expandiria. No jogo seguinte, frente ao Las Palmas, Messi receberia uma pancada no joelho esquerdo de Bigas logo aos 3 minutos de jogo. Apesar da tentativa de continuar em campo, a dor impediu que Lionel permanecesse no relvado por muito tempo. Aos 10, foi substituído. Os exames constatariam um rompimento no ligamento colateral interno: baixa por 2 meses. A pior notícia disso tudo, era que não estava certo o retorno do ídolo argentino para o El Clásico.
O período acabou sendo positivo para o Barcelona, apesar da ausência do maior craque. Além disso, a grandiosa fase individual do companheiro Neymar botou uma dúvida na cabeça dos adeptos do futebol: com a fase atual do brasileiro, seria algum absurdo o Ballon d’Or acabar não indo para as mãos de Messi?
As dúvidas só seriam tiradas na Gala da FIFA e, enquanto isso, Messi se recuperaria da lesão a tempo de jogar alguns minutos do El Clásico. O jogo já estava decidido àquela altura: um 3 A 0 catatônico para cima do maior rival, evidenciando os problemas daquele Real Madrid de Rafa Benítez. Entretanto, Leo ajudaria a ampliar o marcador. Aos 30 minutos do segundo tempo, ele deu um passe excelente para Jordi Alba, que se movimentava na desorganizada linha de zaga merengue. O lateral direcionou o passe para Suárez, que anotou seu segundo gol no jogo e quarto do Barça.
A última final: Mundial de Clubes
O Barcelona viajaria para o Japão confiante. A primeira partida seria contra o Guangzhou Evergrande e Messi ficou de fora. O que poderia ser uma simples decisão de poupar atletas por parte de Lucho, acabou se tornando algo que poderia tirar o argentino inclusive da final: um cálculo renal impediu Leo de treinar, e pôs em xeque sua participação na decisão.
As semi finais terminaram 3-0 para o Barcelona, com três gols de Suárez. A final seria, conforme esperado, contra o River Plate e Messi estava liberado para jogar. Um alívio para o torcedor, que poderia contar com o trio MSN para levantar a quinta taça do ano. E, mais uma vez, ele foi decisivo. Após ter uma chance clara de gol defendida por Barovero, Lionel evitou a marcação, aos 35 minutos do primeiro tempo, e abriu a bola na direita para Alves. O argentino permaneceu centralizado, assistindo o lateral direito cruzar na segunda trave, na direção de Neymar. O brasileiro ajeitou a bola para Messi, que conduziu a bola com o peito e cutucou com o lado externo do pé esquerdo. Gol que abriu a defesa dos Millonarios.
|
Leo teria ainda duas chances claras de gol: uma defendida pelo goleiro do River e a outra salvada encima da linha por Maidana. A partida terminaria com outro 3-0, após mais dois gols de Suárez, que seria o destaque da competição. Messi conquistava a taça do Mundial pela 3ª vez.
Premiação
|
No dia 11 de janeiro de 2016, em Zurique, a Gala da FIFA seria realizada para premiar, entre tantas outas categorias, o melhor jogador do mundo no ano anterior. Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar eram os finalistas. Para a surpresa de muitos, o brasileiro ficou em 3º, com apenas 7,8% dos votos.
Messi seria consagrado com o 5º Ballon d’Or de sua carreira com 41,3% dos votos. Um número bastante distante do segundo colocado, Cristiano Ronaldo, que ficou com 27,7%.
Lionel também seria indicado ao Prêmio Puskas, que coroa o gol mais bonito do ano, com seu tento diante o Athletic Bilbao, na final da Copa del Rey. Entretanto, acabaria sendo derrotado pelo brasileiro Wendell Lira no voto popular.
Os números e títulos de Messi em 2015:
- 59 jogos disputados com Argentina e Barcelona
- 52 gols marcados (artilheiro do Barcelona)
- 26 assistências (líder de assistências do Barcelona)
- 6 gols em 6 finais disputadas
- Artilheiro da UEFA Champions League pela 5ª vez: 10 gols
- Melhor jogador da UEFA pela 2ª vez
- Melhor atacante e jogador da La Liga
- Campeão pela 4ª vez da UCL
- Campeão pela 7ª vez da La Liga
- Campeão pela 6ª vez da Copa del Rey
- Campeão pela 3ª vez da UEFA Supercup
- Campeão pela 3ª vez do Mundial de Clubes FIFA