
Gareth Bale fez história com País Gales
Como seria legal se pudéssemos assistir a Eurocopas e Copa América ano após ano. Assim poderiam continuar vendo grandes estrelas fazendo o inesperado, como Lionel Messi perdendo o pênalti do título e Gareth Bale levando a seleção Galesa a um lugar inédito. Fizemos uma eleição dos melhores jogadores do mês de Junho.
1º Gareth Bale (Real Madrid – País de Gales)
Até em derrota Bale se saiu bem. O atacante liderou País de Gales como jamais Ian Rush ou Ryan Giggs conseguiu em todas as suas carreiras. O camisa 11 conduziu o dragão do escudo do seu país até as oitavas de final em junho, e continuaria gigante até sua derrocada nesta última quarta-feira (6) contra Portugal, na semifinal, mas já em julho. Bale jogou por ele, por todos seus companheiros e por todo seu país.
O galês foi o melhor jogador do Real Madrid na final da Champions League e sua habilidade foi colocada a prova desde o primeiro confronto da Euro. Na primeira partida contra a Eslováquia Bale já mostrava uma de suas habilidades com a bola parada e Pais de Gales venceria o jogo com um gol de falta de Bale. No segundo jogos mais um gol de falta contra a Inglaterra porém desta vez com derrota. Vardy e Sturridge estragaram a festa dos galeses mas não conseguiram fazer Bale parar por ai. Contra a Russia Bale contou com seu parceiro Ramsey e dividia a carga da partida. O passe do gol da vitória saiu dos pés dele.
Já nas oitavas, em uma partida modorrenta, decidida por um gol contra, Gales, de Bale, avançou às quartas de final. Em números nada fora do normal. Mas Bale além da técnica para marcar foi quem carregou sua seleção em todas as partidas. Nos momentos ruins e nos bons momentos. Seja para desafogar a defesa com contra-ataques ou para controlar a partida quando necessário com passes, dribles e gols. Até mesmo nas coletivas de imprensa. O capitão esteve em praticamente todas elas para falar com os jornalistas e sempre impulsionou Gales ao caminho das vitórias. Deu certo. Gales caiu nas semifinais em um dia inspirado de Cristiano Ronaldo em que Bale jogou muito, porém, desta vez, totalmente sozinho. Ramsey estava suspenso e Gales sentiu. Apesar do talento individual, esse prêmio de melhor jogador em junho, não viria sem a força do coletivo do seu país.
2º Lionel Messi (Barcelona – Argentina)
Este mês ficou marcado como o mês em que Lionel Messi se aposentaria da Seleção Nacional. Talvez se ele tivesse ganhado a Copa América a história teria sido diferente e ele já estaria pensando na copa do mundo. Porém a Argentina deixou escapar o título, mas mesmo assim Messi jogou muita bola.
Uma lesão de fim de temporada o tirou da primeira partida vencida pela Argentina com show de Ángel di María e Banega. Parecia até que Messi dividiria o protagonismo, mas as cenas de grande audiência passariam a ser dele. Sejam as para o bem ou as para o mal. Diante do Panamá, na sua estreia, saindo do banco de reservas, três gols. Os três tentos em apenas 26 minutos. Diante da Bolivia, no último jogo da fase de grupos, ele entrou novamente saindo do banco de reservas e o jogo já estava decidido. Mas Messi fez das suas e, inclusive, deu uma caneta no goleiro boliviano Lampe. Quem viu o lance ao vivo ou no dia seguinte ficou com aquela cara de bobão e pensou ‘esse cara é um gênio’.
A primeira fase terminou e Messi já poderia jogar um jogo inteiro. Isso para ele era uma coisa sensacional. A Venezuela que estava surpreendendo a todos na Copa América sucumbiu diante do poder de fogo argentino que deu dois passes para gol e ainda deixou o seu guardado. Na semifinal pegou os EUA que vinham também mostrando um bom futebol mas também foi facilmente abatido pelos argentinos com “La pulga” fazendo mais uma grande exibição.
Tudo convergia para uma Copa América dos sonhos, mas a Argentina coletivamente frustrou seu torcedor na final. O juiz ainda contribuiu com a expulsão direta de Marcos Rojo. As seleções se preocuparam mais em não tomar gols e Messi foi castigado com isso. Jogou muito bem ao deixar os companheiros em condições de dar o título a Argentina, mas dessa vez eles não fizeram. Vieram os pênaltis e ele perdeu, assim como o companheiro Lucas Biglia. O Chile foi mais eficiente e destruiu Messi, que não suportou a pressão e a, princípio, está aposentado da seleção argentina. Mas o que ele jogou em junho não foi apagado e não deve ser esquecido. Messi foi Messi em junho, mas como é ser humano nem sempre pode vencer.
3º Gianluigi Buffon (Juventus – Itália)
O goleiro italiano estava mais uma vez a frente da Azurra. Ele parece ser incansável e com 38 anos parece que sua carreira nunca irá terminar. Ele hoje é considerado como uma lenda que ainda viver e faz suas proezas.
A Bélgica, da ótima geração, fez uma boa competição, mas começaria mal. A Itália surpreenderia com Giaccherini e Graziano Pellé, mas aonde se esperava dela as expectativas foram cumpridas. Junto a zaga da Juventus, Buffon liderou a Azzurra e foi seguro como sempre. Diante da Suécia, mais uma exibição segura comandando os três zagueiros da Itália. Contra a Espanha, nas oitavas, seu ponto mais alto.
Buffon teve que se esforçar um pouco mais nesse jogo. Sua roupa se sujou, algo que só aconteceu uma vez na Euro. Ainda fez algumas defesas tranquilas em tentativa de Morata. Mas depois teve que fazer uma grande defesa em jogada de Vasquez, mesmo que estivesse impedido o arqueiro foi atrás da bola. Iniesta também tentou e não conseguiu. Quem mais incomodou Buffon foi Piqué, que insistia em dar cabeceios certeiros que o goleiro com um reflexo maravilhoso conseguiu parar e evitar que a Itália sofresse um gol.
A Itália não teve a mesma sorte e competência das últimas partidas e caiu na Euro. Os Azzurri foram eliminados para a Alemanha nos pênaltis, com Buffon pegando algumas penalidades, mas, no fim, o choro emocionado do goleiro ao se despedir dos seus torcedores é o que fica. Choro que representa o quão grande é o capitão e o quanto, mais uma vez, ele fez pela Itália. Muito para quem já fez de tudo em mais um outro mês da tarefa em que se dedicou a amar, praticar e executar com maestria.
Menções Honrosas: Dimitri Payet (França), Alexis Sánchez (Chile), Antoine Griezmann (França), Arturo Vidal (Chile), Eduardo Vargas (Chile), Leonardo Bonucci (Itália) e Ivan Perisic (Croácia).