Premier League supervaloriza jogadores

Uma contratação badalada, um jogador extremamente caro e cheio de expectativas. Muito dinheiro gasto e então o jogador não rende. Não se adapta ao clube e não faz boas partidas. O treinador olha para o banco e vê como alternativa um jogador da base que vem arrebentando nos treinos e nas categorias de base. Desesperado por sua maior estrela não estar vingando o treinador coloca o jogador que começa a ir bem, ganha a torcida e com a frustação da grande contratação tem a alegria de um garoto da base estar estourando para compensar. Mais no futuro o jogador já é cotado para ser convocado para a seleção.

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Ele pode ser um grande fazedor de gols na segunda divisão, que ajuda um time tradicional a voltar à Premier League e depois é vendido por dezenas de milhões de libras para algum comprador desesperado por ter perdido seu camisa nove. Claro, não faz jus ao caminhão de dinheiro pago por ele. Deixa o clube grande que pagou um caminhão de dinheiro para rumar a outro menor.

Também pode ser aquele “canela de vidro” que vive machucado, mas quando joga ainda faz seus gols. Lembrando o futebol antigo da Inglaterra com aquele atacante “brucutu” que recebe vários cruzamentos durante o jogo. Até na seleção não seria má idéia. Uns acham que deveria ir por seu passado vitorioso, outros apenas para ter uma alternativa diferente em campo.

Pode ser também um meio-campista que trata bem a bola, tem um bom domínio, bons fundamentos e mostra alguma habilidade. Não é nada excepcional ofensivamente, não é um grande marcador também. É um jogador razoável. Atacando e defendendo. E ainda sofre com lesões que o fazem ficar em campo menos tempo que os goleiros reservas.

Tem o status de grande jogador, porém quase nunca joga, vive lesionado e aquela expectativa de que quando ele voltar vai estourar continua perdurando por muito tempo. Mesmo assim, não sei como, o cara é convocado para a seleção inglesa, muitos pedem sua entrada nos jogos pois acham que ele poderá fazer uma grande diferença. O que acontece? Ele entra, nada muda e mais uma vez a Inglaterra decepciona em um grande torneio. O jogador fica desolado, porém muitos ainda o tratam como craque. Aquilo que ele não é.

Há também aquele tipo que é um zagueiro que é fisicamente muito forte, fez várias boas temporadas por um time pequeno, brigando contra os grandes na Premier League. E aí, na falta de opções melhores – e precisando compor a cota de britânicos do elenco -, um time grande resolve apostar. Pronto. Suas boas atuações o levam à seleção inglesa e ele logo se torna um pilar do time. É limitado tecnicamente, mas ninguém se importa. Ele é o tipo xerifão. Tudo bem que ele dá umas engrossadas, não consegue sair jogando se pressionado e toma dibres (o certo é DIBRE mesmo) bobos. Nada que um Tony Pulis não possa trabalhar.

Estamos a espera do início da Premier League e junto com ela as “grandes contratações milionárias” no qual os clubes precisam fazer com jogadores ingleses para cobrir a cota de britânicos no time. Mesmo que não tenham o valor que se pagam neles as coisas continuarão assim por um bom tempo.

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