
Teimosia inglesa não deixa a seleção evoluir
Sam Allardyce é o novo treinador da seleção inglesa. Mas um técnico inglês sem prestigio. Será que vai dar certo?
Os ingleses costumam se conformar quando sua seleção vai mal em algum grande campeonato dizendo que a derrota serviu para aprender e que o próximo treinador irá ditar uma nova era no futebol da seleção dando uma nova motivação a equipe.
A Inglaterra vinha passando por esse momento difícil. Com uma geração tida, pelo menos pela maioria, como muito promissora, o English Team fracassou mais uma vez, sendo eliminada pela simpática, mas muito limitada, seleção islandesa. Apesar de toda a decepção, os ingleses tinham ali uma nova esperança, uma luz de que as coisas poderiam mudar. Era a hora de cogitar novos treinadores, modernos e, de preferências, estrangeiros. Hora de oxigenar um pouco o já batido estilo inglês de jogar futebol.
Mas toda essa euforia logo se foi. A federação inglesa descartou qualquer nome estrangeiro para o cargo e cogitava apenas treinadores ingleses. Tudo bem, mas que fossem mentes novas que poderiam renovar este estilo como Brendam Rodgers que fez um bom trabalho no Swansea ou Eddie Howe que fez praticamente um milagre com uma equipe pequena como o Bournemouth, todos eles poderiam dar novos ares a seleção.
Mas, nada de inovação por parte dos chefões ingleses. Sam Allardyce, que estava no Sunderland, foi o escolhido para assumir o cargo. Mais do que um novo técnico, no entanto, a federação do país anunciou o seu conformismo com a posição de coadjuvante. Preferiu manter o “orgulho” e “patriotismo”- prefiro chamar de bairrismo- a sair da zona de conforto e evoluir. Se a liga local só cresce, jovens talentos surgem e todas as equipes vão ficando mais fortes, apostando em treinadores de fora com ideias novas, a seleção parece largada ao relento, fadada a mediocridade recente.
Eu sei que não podemos já sair falando mal de “Sam” sem ao menos ver alguns jogos de sua seleção. Mas o que posso adiantar aqui é a covardia e o orgulho medíocre da Federação inglesa em não apostar em idéias novas e se conformar em fazer mais do mesmo. Sam não tem bagagem ainda para poder assumir um seleção.
O momento exigia um nome grande, ou ao menos mais ousado. A geração tem sim seu valor e aos poucos é queimada pelos péssimos treinadores que a comandam. Se depender das escolhas da FA, os vexames vão seguir acontecendo, e o pior, não vão trazer mudança nenhuma depois disso.