
Sem estrelas, Alemanha não é potência no futebol
Diferentemente da Seleção Brasileira, que lutou para trazer todos os melhores jogadores disponíveis aos Jogos Olímpicos, a Alemanha não teve o mesmo esforço. Dois anos após o título mundial e na sequência da semifinal na última Eurocopa, os alemães vêm com um time forte, mas longe do ideal.
Entre os 18 convocados pelo técnico Horst Hrubesch – profissional de 65 anos e desde 2000 a serviço das equipes menores da DFB – poucos têm muito destaque na Bundesliga. Julian Brandt, talentoso atacante do Bayer Leverkusen, e Max Meyer e Leon Goretzka, grandes promessas do Schalke, chamam a atenção, além de Serge Gnabry, aposta de Arsène Wenger em Londres. Há um campeão mundial no grupo também, o zagueiro Matthias Ginter, do Borussia Dortmund.
Goleiros: Timo Horn, 23 (Colônia) e Jannik Huth, 22 (Mainz);
Defensores: Robert Bauer, 21 (Ingolstadt), Matthias Ginter, 22 (Borussia Dortmund), Lukas Klostermann, 20 (RB Leipzig), Niklas Süle, 20 (Hoffenheim), Philipp Max, 22 (Augsburg) e Jeremy Toljan, 21 (Hoffenheim);
Meias e atacantes: Lars Bender, 27 (Bayer Leverkusen), Sven Bender, 27 (Borussia Dortmund), Julian Brandt, 20 (Bayer Leverkusen), Max Christiansen, 19 (Ingolstadt), Serge Gnabry, 21 (Arsenal-ING), Leon Goretzka, 21 (Schalke), Max Meyer, 20 (Schalke), Grischa Prömel, 21 (Karlsruher), Davie Selke, 21 (RB Leipzig) e Nils Petersen, 27 (Freiburg).
A explicação para outras estrelas da categoria olímpica, ou seja, sub-23, terem ficado de fora passa pelas competições oficiais do calendário europeu. Quem disputou a Euro (Jonathan Tah, Joshua Kimmich, Julian Weigl, Emre Can, Julian Draxler e Leroy Sané) ou está nas fases preliminares de Liga dos Campeões ou Liga Europa (Mahmoud Dahou, Borusia Mönchengladbach; Niklas Stark, Hertha Berlim) foi poupado.
O mesmo raciocínio serve para os atletas acima de 23 anos, por isso nenhuma grande estrela alemã foi convocada por Hrubesch. O treinador optou por levar os irmãos Bender, Lars e Sven, de 27 anos, e surpreendeu ao trazer para o Brasil o atacante Nils Petersen, também de 27.
Após surgir como revelação no Energie Cottbus, Petersen se transferiu em 2011 para o Bayern Munique. No entanto, jamais se firmou, foi emprestado ao Werder Bremen e de lá seguiu a carreira, acertando com o Freiburg na sequência. Na temporada passada foi campeão com a equipe na segunda divisão alemã e vice-artilheiro da competição com 21 gols. Acabou premiado com o passaporte carimbado para a Olimpíada – nunca foi chamado para a seleção principal e sua última experiência internacional foi em 2009 com a sub-21.
Na história olímpica a Alemanha não tem o mesmo peso que apresenta na Fifa. Como país unificado, conquistou o bronze em 1964 e já como Alemanha Ocidental repetiu o feito em 1988 – última participação alemã, em um time com Thomas Hässler, Jürgen Klinsmann e Karl-Heinz Riedle como estrelas. Já a Oriental, entre 1972 e 80, ficou na sequência com bronze, ouro e prata.
A Alemanha estreou nesta quinta-feira contra o México. Curiosamente, fez seu primeiro jogo no mesmo local da Copa de 2014, em Salvador. Depois encara a Coreia do Sul também na capital baiana três dias depois e encerra a participação na primeira fase em Belo Horizonte, palco do 7 a 1, contra Fiji.
A expectativa é que alcance pelo menos as semifinais, e o mais provável cruzamento é contra o Brasil, no Maracanã.