
O Brasil ficou ruim ou os outros melhoraram?
Começamos mal as olimpíadas e estamos no meio das Eliminatórias e o Brasil faz uma campanha horrível figurando em apenas 6º lugar. Se não bastasse as péssimas atuações e jogos de dar sono, ainda contamos com o fato de não termos jogadores de alto nível para nosso ataque.
Os mais pessimistas culparam a atual safra da Seleção Brasileira, que não chegaria aos pés das demais. Os otimistas elevam o futebol sul-americano, que teria subido muito de produção. Afinal, o Brasil está mais muito pior do que já foi ou os nossos vizinhos cresceram com força no cenário do futebol?

É certo que os jogadores dessa nova ninhada não possuem os mesmo talentos dos jogadores do passado. Mas também se analisarmos veremos que também não é a pior e muito menos sem qualidade nenhuma. Se olharmos para o Ranking da Fifa podemos ver que somos muito melhores que a maioria das seleções da América e mesmo sem contar Neymar em alguns jogos vimos que somos capazes de ser melhores.
Em contrapartida, não podemos dizer que somos os donos do futebol mundial, tampouco nos gabar de formar três seleções ao mesmo tempo. Em 2004, por exemplo, o Brasil venceu a Copa América com um elenco reserva: craques como Ronaldo, Roberto Carlos e Cafu pediram férias e não foram chamados. Ronaldinho Gaúcho estava se recuperando de lesão. E nomes como Dida, Roque Júnior, Gilberto Silva, Zé Roberto, Kaká, Edmílson e Juninho Pernambucano também não foram chamados, abrindo espaço para muitos jogadores novos e apostas. Será que o Brasil conseguiria vencer a Copa América de 2016 se convocasse um time todo reserva? Muito improvável…
Porém sei que podemos exigir muito mais dedicação dos jogadores de hoje. Nesse ano a seleção conseguiu um tempo bom de preparação. O treinador teve um mês contando a fase de preparação e a 1º fase da Copa América para preparar sua equipe. Isso não foi o suficiente para o treinador aproveitar o melhor de cada jogador assim como fazem em suas equipes, e o técnico não deixa de ter culpa nisso: Escolhas erradas, táticas obsoletas e que os atletas não estão habituados e até deixar alguns jogadores importantes de lado, são decisões erradas do técnico e não dos jogadores.

Por outro lado, há quem defenda que as seleções sul-americanas – e até mesmo as esquipes da Concacaf – nunca foram tão fortes como agora. De fato, se há alguns anos a disputa se polarizava entre Brasil e Argentina, hoje há muito mais concorrentes.
Podemos ver isso bem nítido em seleções como Chile e e Colômbia. Na Copa America de 2007 apenas 7 jogadores do Chile atuavam em equipes da Europa, enquanto a Colômbia tinha apenas 6. De lá pra ca esse número aumentou, com os chilenos contando com 13 jogadores atuando fora de seu país e a Colômbia 8. Fora o fato de que os jogadores dessas seleções que atuavam fora do país em 2007 não eram protagonistas e nem muito conhecidos mundialmente. Agora a coisa mudou, jogadores como Alexis Sanchez e Vidal do Chile e James Rodrigues da Colômbia são protagonistas em grandes clubes do velho continente.
Até equipes como Venezuela e Estados Unidos, por exemplo, cresceram muito nos últimos anos. Se não chegam a ser favoritos ao título, também não são vitória certa, como há alguns anos. Outro exemplo claro é a Costa Rica, que brilhou na Copa do Mundo de 2014.
A verdade é que os dois fatores aconteceram simultaneamente: a Seleção Brasileira não tem mais o mesmo nível, ao passo em que os rivais vêm ganhando força. O que não pode acontecer é o conformismo em relação a essa situação: tropeços seguidos e o 6º lugar nas Eliminatórias não podem ser tratados com normalidade.
Quando percebemos que nossos jogadores já não decidem mais como antes, sabemos que é necessário um bom treinamento para que a equipe prevaleça. Nos dias de hoje, as seleções estão mais niveladas e quem tiver mais cartas na manga e organização consegue sair vencedor. Agora com Tite no comando temos uma nova esperança de que isso aconteça.