
As mudanças do Bayern de Munique com Ancelotti
Convém olhar o que pode mudar no futuro devido a forma de jogar do treinador em equipes anteriores.
Demos início a temporada de futebol na Alemanha.
Feita a importantíssima ressalva, prosseguimos. Afinal, não podemos e não devemos ter observações definitivas sobre o que vai acontecer com o Bayern Munique, pós-Pep Guardiola e agora vivendo a era Carlo Ancelotti, com apenas um jogo.
Porém convém olhar o que pode mudar no futuro devido a forma de jogar do treinador em equipes anteriores. Com base nisso podemos fazer previsões com mais base.
Na vitória por 2 a 0 sobre o Borussia Dortmund, neste domingo, pela Supercopa da Alemanha, o Bayern teve menos posse de bola (45%) e menor índice de acerto nos passes em relação ao rival (81% x 87%). Duas estatísticas amplamente dominadas pelos bávaros nas três últimas temporadas. Além disso, finalizou bem menos (9×20), mas com bom aproveitamento.
Na realidade o que enxergamos no ultimo jogo foi uma rapidez na passagem da bola entre todas as partes do campo, desde a defesa até o ataque, sem muito domínio do jogo.
Foi reativo em boa parte da partida.
Pelo que parecia na escalação pela televisão e muitas outras fontes o Bayern jogaria no esquema 4-3-3. Porém durante o jogo o que mais vimos foi uma transição entre o 4-4-2 e o 4-1-4-1.
Manuel Neuer foi o goleiro, com Philipp Lahm e David Alaba nas laterais e Mats Hummels e Javi Martínez como zagueiros. A partir daí as variações: com o meio-campo em linha, da direita para a esquerda se posicionaram Arturo Vidal, Xabi Alonso, Thiago e Franck Ribéry, tendo Thomas Müller e Robert Lewandowski à frente; Xabi Alonso, em alguns momentos, recuava para se posicionar quase entre os zagueiros, promovendo a mudança tática que obrigava Müller a fechar o lado direito, com Vidal centralizando. Tudo isso sem a bola, na fase defensiva.
Quando tinha a posse de bola, Ribery tentava fazer suas jogadas pela esquerda com ajuda das ultrapassagens de Alaba. Mas o francês não foi muito acionado. Do lado contrário Vidal jogava de forma mais fechada no meio facilitando assim a atuação de Thomas Müller pelas pontas. No meio o Bayer pouco fez, visto que Thiago Alcântara estava muito abaixo do seu rendimento.
Se a ideia, com a bola, era ter Müller e Ribéry abertos, tendo o apoio de Thiago e Vidal, isso não aconteceu – faltou amplitude no bloco ofensivo. Em compensação, a retomada de bola e transição em velocidade foram as principais marcas desse novo Bayern.
Ribery foi o jogador que jogou desde o início do jogo que menos pegou na bola, apenas 26 vezes. Javi Martinez pegou 74 vezes. O francês também não conseguiu se destacar no mano a mano perdendo a bola nas três chances que teve de driblar um adversário. Outro ponto fraco foi que Lewandowski conseguiu concluir apenas uma vez para o gol.
Jérôme Boateng ainda vai entrar no time na vaga de Javi Martínez. Renato Sanches e Douglas Costa estarão à disposição, assim como Arjen Robben, em breve. Ou seja, o Bayern passará por mudanças e aprimorará as ideias de Carlo Ancelotti.
O que podemos ver é que Ancelotti fará muitas mudanças no time e não dará continuidade ao estilo de Guardiola, e isso logo de cara. Muitos acham que esse processo levaria um pouco mais de tempo.