Borussia Dortmund tem condições de superar o Bayern

A palavra “vontade” poderia ser o significado da cidade de Dortmund nos dias de hoje. Como assim vontade? Vontade de debulhar, explodir e humilhar o time do Bayern de Munique. E o questionamento nos torcedores seria como tirar o Bayern do topo?

A resposta não é fácil. Afinal, estamos falando do maior campeão alemão e um dos maiores clubes do mundo. Mas o caminho, apesar de tortuoso, pode ter um final feliz para o Dortmund.

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Voltando um pouco no tempo

Há exatamente 6 anos atrás iriamos começar mais um ano no Campeonato alemão. Jurgen Klopp já estava a duas temporadas no comando do Dortmund, e conseguiu montar um time que merecia atenção, mas não chegava a colocar algum temor nos clubes maiores. Mas na edição 10-11 do campeonato alemão o clube da muralha amarela conseguiu tirar o Bayern do topo sendo campeão alemão, mas sem muitos destaques. Eles repetiram o feito de clubes como Wolfsburg e Stuttgard alguns anos antes.

Para os amantes de futebol, e principalmente para os torcedores aurinegros, aquela escalação ficará sempre na memória: Weidenfeller, Piszczek, Subotic, Hummels e Schmelzer; Gundogan, Sahin, Kuba (Grosskreutz), Kagawa e Götze (Perisic); Lewandowski (Lucas Barrios).

Os torcedores comemoram até não poder mais, isso pudemos ver  porque a festa durou mais de 1 ano.

Na temporada 2011/12, mais uma conquista. Agora não mais azarões. O time de Jürgen Klopp sofreu pequenas mudanças, mas aquela base se manteve. A vontade não passou e só fez crescer o espírito vencedor daquela equipe.

Os times eram equilibrados. Na teoria o Bayern de Munique até tinha uma vantagem, mas foi derrotado mais uma vez. E pela primeira vez na história do campeonato alemão o Bayern ficava dois anos seguidos sem o título.

A sorte mudo de lado

Após a bonança da muralha amarela, um duro golpe acertou os corações aurinegros. Ao final da temporada 2012/13 o Bayern de Munique, sob o comando de Jupp Heynckes, faturou a primeira tríplice coroa do futebol alemão.

Na temporada seguinte, mais um vice-campeonato alemão para o Dortmund. O Bayern só crescia – na verdade só mostrava quão gigante é.

Os anos de 2014 e 2015 são anos que o torcedores nem querem recordar. Além de perder seu artilheiro Lewandowski para o maior rival, o Dortmund ficou várias rodadas do campeonato na zona de rebaixamento e terminou a temporada apenas em 7º lugar sem ao menos beliscar uma vaga nas competições europeias.

E para finalizar, o fim da era Klopp.

Tentando ressurgir após os fiascos

Muitos não gostaram do novo treinador do Dortmund, Thomas Tuchel. Aos poucos o treinador foi dando sua cara ao time e mudando o que estava ruim e acabou ganhando os torcedores e até mesmo aqueles que o criticavam começaram a mudar de opinião. Trocou o goleiro e ídolo Weidenfeller e colocou Bürki como titular; fez Ginter render  na lateral direita; Sokratis fez uma bela parceria ao lado de Hummels; e Weigl começou a destruir no meio campo.

Domínio e imposição de ritmo eram os lemas no Signal Iduna Park. A não ser quando colocavam Aubameyang para correr, a bandeira de Tuchel foi um maior controle de bola (61% de média de posse de bola na Bundesliga 2015/16) para poder matar os jogos com autoridade, sem deixar brecha para os adversários.

Reus, Mkhitaryan e Aubameyang se davam muito bem no meio de campo e com o resto do time em alta o Borussia Dortmund fez uma campanha sensacional com 24 vitórias, 6 empates e apenas 4 derrotas. Esse foi o melhor campeonato alemão feito pelo Dortmund, mas o Bayer acabou também se superando e como resultado a equipe amarela ficou em segundo lugar.

Mudanças e testes

Após perder grande craques como Hummels, Gündogan e Mkhitaryan, o clube aurinegros conseguiu trazer peças que fazem do elenco atual do Dortmund uma grata ameaça aos gigantes da Baviera. As chegadas de Bartra, Dembele, Schürrle, Götze, Raphäel Gerreiro e Emre Mor trazem uma cara jovem, porém incisiva ao Borussia.

E já conseguimos ver isso em seu primeiro desafio contra o Bayern pela Supercopa da Alemanha. Apesar de ter perdido o jogo, conseguimos ver um time que não tinha medo de atacar e de jogadores bastantes versáteis. Mesmo sem as maiores estrelas, o time que vimos jogando era muito bom, com um destaque para Dembelé que tem apenas 19 anos e podemos esperar coisas boas desse jogador na temporada. Com exceção apenas para Adrian Ramos que não foi bem no confronto e demorou a ser sacado do time.

Mas a vitória não veio por falta de poder de decisão. E, para dizer a verdade, aquele time bi-campeão do início da década teria decidido a partida ainda na primeira etapa. Faltou o espírito BVB! E depois sobrou a tranquilidade e o gigantismo do Bayern de Munique para fazer 2 a 0 e matar a partida.

O espírito e o gramado

Uma coisa podemos refletir. Não se pode errar se você quer superar o Bayern de Munique. E neste novo campeonato que se inicia esse deve ser o maior objetivo do Borussia Dortmund.

No campo, Thomas Tuchel terá a felicidade de ter um time que sabe e pode variar da maneira correta de acordo com a maré das partidas. Sua filosofia impõe um bom controle de jogo, com pressão compactada na frente e domínio da partida com a melhor amiga dos jogadores de futebol, a bola. Mas as peças que chegaram dão ao Dortmund aquele 1% que faltava.

Antes a velocidade não era uma das virtudes do Dortmund, porém hoje com jogadores como Schrrürle e Dembelé essa história pode mudar, aliados a velocidade de Aumameyang sendo abastecidos por Reus e Kagawa.

Além das variações táticas com jogadores que podem fazer funções tanto abertos como centralizados, com velocidade ou cadência, o elenco encorpado é mais um ponto positivo desse novo Borussia Dortmund. Basicamente em todas as posições a equipe tem substitutos de respeito. Se não tem Piszczek, tem Passlack; na parte suja do meio de campo Weigl, Castro e Rode; e na frente uma legião de jogadores habilidosos que mesclam juventude e experiência que juntas prometem fazer barulho na Europa.

Essa é uma equipe muito parecida com a do último título. Agora nos resta esperar e ver se vão ter a mesma garra e determinação daquela equipe. Thomas Tuchel tem capacidade para levar esses jogadores ao título. Sua é missão é fazer crescer o espírito guerreiro em cada um desses jogadores a cada rodada do campeonato tentando destronar os maiorais da Alemanha.