
Premier League fecha seu maior contrato de TV na China
Nesta temporada, a Premier League ativou, junto às operadoras de TV Sky e BT Sport, o maior contrato de broadcasting da sua história — e do futebol mundial: até £ 9 bilhões (R$ 38,43 bilhões, sendo £ 1,00 = R$ 4,27) no triênio 2016-19, considerando direitos domésticos e internacionais. E assim que esse contrato chegar ao fim, terá início outro, também recorde, mas 100% internacional. Ou melhor: 100% chinês.
Reports internacionais informam que PL concluiu a cessão dos seus direitos de transmissão na China para a plataforma PPTV — empresa do grupo Suning, proprietária da Internazionale — por um valor entre £ 560 milhões e £ 600 milhões (ou seja, de R$ 2,390 bilhões a R$ 2,562 bilhões) pelo triênio 2019-22, ou £ 186 milhões a £ 200 milhões por temporada. O negócio é 12 vezes superior ao anterior no país, que previa exclusivamente TV; e, comparativamente, maior em relação ao contrato em vigor com a rede americana NBC, que, de 2016-17 a 2021-22, desembolsará US$ 167 milhões por campeonato.
Muitos números, não? Mas, como já dissemos por aqui, todos eles representam uma excelente notícia para os clubes da Premier League, que dividem montantes fixos das verbas internacionais de broadcasting (ou seja: a PPTV/Suning aumentou o bolo e todos ganharão por igual); e também para alguns “felizardos rebaixados” à Sky Bet EPL Championship entre 2020-21 e 2022-23, que receberão “paraquedas” com base num equal share(TV Doméstica + TV internacional) maior sobre as temporadas de suas quedas. Resumindo: grana o suficiente para que a PL se mantenha no topo das janelas de transferências, salários e listas de ligas e clubes mais valorizados do mundo por muito tempo.
Para finalizar, destacamos dois aspectos que chamam a atenção nesse negócio. Primeiro: sai a TV e entra o streaming — o mesmo modelo que a J.League está em vias de implementar –, tendência que vai colocar (já está colocando) o torcedor no comando das formas de consumir futebol. E, segunda: a valorização da Premier League no mercado chinês coincide com a “entrada” da China no torneio, através da aquisição de clubes como Southampton, Hull City e West Bromwich Albion — a evolução daquela antiga estratégia de realizar contratações internacionais para alavancar a imagem dos clubes nos mercados gringos; agora, compra-se o clube e a visibilidade é compartilhada com o investimento (que o diga o recente dérbi de Shanghai de Murcia, na Espanha).