O que aconteceu com o Leicester?

Depois de uma temporada perfeita, com o título inédito do campeonato inglês, a temporada 2016/2017 começou de uma outra forma para o Leicester City. A equipe pela primeira vez conquistou uma vaga na UEFA Champions League e teve uma mudança natural de status, já que antes brigava para não cair, e após o título, esperava-se um desempenho no mínimo a nível de G4.

Entretanto, o início dos Foxes na Premier League não foi nem de perto o que se esperava da equipe. O incrível desempenho da temporada 2015/2016 com 23 vitórias, 12 empates e apenas 3 derrotas, não vem se repetindo nem de longe. Nas primeiras 17 rodadas da atual temporada, o Leicester conseguiu apenas 4 vitórias, 5 empates e 8 derrotas.

Na rodada 7 da Premier League 2016/2017, o Leicester já tinha sofrido as mesmas 3 derrotas que sofreu durante toda a última temporada. Além disso, o desempenho fora de casa é pífio, com apenas 2 pontos conquistados, em 9 jogos, nos empates contra o Tottenham Hotspurs, na décima rodada, e contra o Stoke City, na décima sétima rodada.

Outros números que sofreram muitas mudanças entre as duas temporadas foi o de gols sofridos. Na inédita campanha do título, o Leicester levou apenas 36 gols em toda temporada, média de menos de 1 gol por jogo, enquanto na temporada atual, foram 29 gols sofridos em 17 rodadas. Algumas partidas que agravaram a má campanha defensiva dos Foxes foram as goleadas sofridas para Liverpool e Manchester United, por 4 a 1 e Chelsea, por 3 a 0. Além disso, em apenas 3 partidas o Leicester não sofreu gols, nos empates com Arsenal e Southampton e na vitória contra o Burnley, por 3 a 0.

O Leicester não tem tido a mesma sorte do ano passado contra os “grandes”

Estilo de jogo

Na campanha do título, Cláudio Ranieri com seu peculiar estilo de jogo italiano conseguiu surpreender muitas equipes. O Leicester não venceu apenas 3 das 19 equipes que enfrentou. Porém, o estilo de jogo baseado no contra-ataque em velocidade e nos cruzamentos parece não surtir mais tanto efeito, e talvez por isso a equipe não consegue repetir os belos resultados da temporada 2015/2016.

Hoje o Leicester e o seu estilo de jogo ganharam destaque mundial, e consequentemente, acaba sendo mais estudado e seus adversários passam a conhecer as variações de jogo da equipe. Isso é um dificultador para Cláudio Ranieri, que passa a ter que se reinventar ou depender da qualidade individual de alguns talentosos jogadores de seu elenco como a dupla Mahrez e Vardy.

Na Champions League, o Leicester conseguiu uma histórica classificação antecipada, após vencer os seus primeiros 5 jogos e garantir o primeiro lugar da competição. Essa disparidade entre as duas competições pode ter duas explicações: a primeira é de que a Champions é o principal objetivo para a temporada dos Foxes e a segunda é de que por ser novidade na competição, as equipes estrangeiras ainda não estão tão familiarizadas com o estilo Leicester de jogar.

Se não vem bem na Premier League, na Champions League o Leicester vem destruindo os adversários

Como voltar ao topo?

Com uma temporada incrível, o Leicester colheu os frutos também financeiramente. Com isso, contratou alguns bons e disputados jogadores, como os atacantes Islam Slimani, Ahmed Musa e o volante Nampalys Mendy. Além disso, trouxe o goleiro Ron-Robert Zieler, o lateral-direito Luis Hernández, o zagueiro Yohan Benalouane e o meio ofensivo Bartosz Kapustka.

Mas assim como o título deu um maior poder de compra ao Leicester City, o outro lado foi uma maior visibilidade de seus principais atletas. Mahrez recebeu várias propostas, mas decidiu ficar nos Foxes, caminho diferente fez o volante N´Golo Kanté, que foi para o atual líder Chelsea e deixou um buraco na frente da zaga da equipe.

Por falar da zaga, muito se falou no ano passado que, apesar do excelente desempenho defensivo que o Leicester teve, era necessário contratar atletas para o setor que viessem com status de titular. Porém, a temporada 2016/2017 já está praticamente na metade e os Foxes continuam com a mesma dupla de zaga, formada por Wes Morgan e Robert Huth, dois zagueiros de pouca técnica e muito lentos.

O grande desafio de Ranieri agora é voltar a motivar o seu elenco e dar uma outra incrível arrancada, que permita ao Leicester a pelo menos brigar por uma vaga nas competições europeias no ano seguinte. É importante lembrar que se o Leicester não vier a conquistar o improvável título da Champions League, a Premier League é o meio do Leicester continuar a aparecer no cenário internacional.

O preparo físico invejável é outra vantagem dos Foxes que pode fazer com que os comandados de Ranieri consigam melhorar seu desempenho na Premier League, mesmo conciliando com as oitavas de final da Uefa Champions League, que o Leicester vai enfrentar o Sevilla, no dia 22/02/2017 em casa e no dia 15/03/2017 fora.

 

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