
A Zebra que bateu o Real Madrid em uma final internacional
O Real Madrid evitou uma grande zebra no International Stadium, em Yokohama, no Japão na final do Mundial de Clubes da Fifa contra o Kashima Antlers, que passou na semifinal pelo Atlético Nacional. Algo, aliás, que só aconteceu com tamanho parecido uma vez quando os merengues estiveram em uma final internacional, há mais de 33 anos.
No dia 11 de maio de 1983, o Real encontrou na grande decisão da Recopa Europeia o surpreendente Aberdeen, da Escócia, que havia tirado duas fases antes ninguém mais, ninguém menos, que o Bayern de Munique.
A equipe vermelha era treinada pelo ainda jovem e só uma revelação Alex Ferguson, então aos 42 anos de idade. Antes, o escocês havia treinado apenas o East Stirlingshire e o St. Mirren, ambos de seu país natal, mas era em seu terceiro trabalho do banco de reservas que ele alcançaria sua primeira glória.
Àquela época, o Aberdeen apresentava praticamente a base da seleção da Escócia no final da década, com nomes como o goleiro Jim Leighton; os zagueiros Willie Miller e Alex McLeish; além do o meio-campista Gordon Strachan. Foi com esses jogadores e mais alguns importantes que o time se credenciou para disputar a Recopa após vencer a Copa da Escócia na temporada anterior.

Apesar de ser a zebra do confronto, o Aberdeen chegou à final contra o poderoso Real Madrid para jogar como o gigante. Essa era a estratégia de Ferguson para derrubar os madrilenos. E deu certo. No Estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo, na Suécia, para um público de 17 mil pessoas, os escoceses começaram vencendo aos sete minutos com gol de Black. Aos 15, ainda na primeira etapa, Juanito empatou de pênalti, e foi só até o apito final.
Na prorrogação, o empate persistiu até o segundo tempo, quando, aos oito minutos, Hewitt desempatou a partida e calou a torcida do Real, que já se imaginava levantando o caneco.
A partir dali, todos já sabem o que aconteceu com Alex Ferguson: chegou ao Manchester United em 1986, de onde só saiu 27 anos depois, conquistando 13 Premier Leagues, cinco Copas da Inglaterra, quatro Copas da Liga Inglesa, duas Champions League, uma Recopa da Uefa, uma Supercopa da Uefa, além de dois Mundiais de Clube, um deles sobre o Palmeiras. Isso tudo sem contar o título de “Sir” lhe agraciado pela Rainha da Inglaterra.
Outras derrotas em final
Além da zebra para os escoceses há mais de 33 anos, o Real Madrid só perdeu finais para grandes ou gigantes nas principais competições internacionais que disputou.
Duas vezes isso aconteceu pelo Mundial de Clubes: a primeira diante do Peñarol, do Uruguai, em 1966, por 2 a 0,em sua própria casa, o Santiago Bernabéu; a segunda, em 2000, no Japão, para o então poderoso Boca Juniors, por 2 a 1, com dois gols do atacante Martín Palermo.
Pela Supercopa da Uefa foram outras duas vezes, ambas recentes. Em 1998, derrota por 1 a 0 para o Chelsea, de Gianluca Vialli, em Monaco. Depois, mais um título perdido em 2000, desta vez para o Galatasaray, da Turquia, no mesmo local, por 2 a 1, com dois gols do brasileiro Jardel – o segundo, na prorrogação, no chamado “gol de ouro”.
Maior campeão da história da Uefa Champions League com 11 títulos, o Real também acumulou decepções como vice-campeão. Foram três vezes, em 1961/62, 1963/64 e 1980/81, para Internazionale, Benfica e Liverpool, respectivamente.
Por fim, mais uma vez o segundo lugar mais alto do pódio em uma competição internacional, na Recopa da Europa da temporada de 1970/71, diante do Chelsea.
Ao todo, são 20 vitórias e nove derrotas em finais internacionais do Real.