Política e Futebol: Como o Brexit pode influenciar a Premier League

Que política e futebol são temáticas afins, todos sabemos. A política exerce influência direta no futebol, principalmente quando envolvem atletas ou contratos internacionais, seja por meio das relações entre os países ou por fatores político/econômicos como a valorização da moeda, atração de investimentos e coleta de impostos de cada país.

Além disso, outra questão essencial para o futebol é o modo como o estrangeiro é tratado, já que é algo que vai além das ligas de futebol, mas que envolve cultura, sociedade e outros fatores.

Um fato é que cada liga possui uma política própria sobre a quantidade de estrangeiros possível em cada equipe, e dessas, a Premier League é de longe a que abarca mais jogadores de fora do Reino Unido.

Determinação via Brexit

Jogadores estrangeiros na Premier League No entanto, uma medida política, o Brexit, que é a saída do Reino Unido da União Europeia, tem repercutido de forma muito forte no futebol, e de forma mais evidente, na Premier League.

Uma das ligas mais ricas e local onde desfilam muitas das principais estrelas mundiais, a Premier League tem sido colocada em cheque nos últimos dias em relação ao grande número de estrangeiros nas equipes que disputam o campeonato.

Atualmente, são possíveis ter até 17 jogadores que não são ingleses e/ou não fizeram as categorias de base na Inglaterra em um elenco de 25. Entretanto, a proposta colocada na mesa é de que seja possível apenas 12 jogadores estrangeiros por elenco, diminuindo até 5 nomes das grandes e ricas equipes inglesas.

Mas e aí… Enfraqueceria a Premier League? Fortaleceria a base? Qual o objetivo por trás disso?

Para entendermos como a situação é complexa, a medida, caso aprovada, deverá ser cumprida até 2020, ou seja, teríamos apenas uma temporada e meia para as equipes realinharem seus elencos, e isso causaria um grande desmanche na Premier League.

Segundo dados do Transfermarkt, site especializado em estatísticas do futebol mundial, apenas 7 das 20 equipes possuem até 17 atletas estrangeiros em seus elencos, somando jogadores não ingleses, ou com dupla nacionalidade, ou emprestados, que pertencem ao time, sendo o Bournemouth (9), Burnley (11), Southampton (13), Everton e Wolverhampton (15), Liverpool (16) e Crystal Palace (17).

Do outro lado, das equipes que tem mais atletas estrangeiros em seus elencos temos Cardiff City com 26, Watford com 24, Chelsea com 22, Manchester City, Arsenal e Huddersfield com 21, Fulham com 20, Tottenham, Manchester United, Leicester e Newcastle com 19 e West Ham e Brighton com 18.

Com isso, há nada menos do que incríveis 351 nomes estrangeiros atuando na Premier League dentre 517 inscritos, muitos deles sendo referências e protagonistas de seus times. Falando a grosso modo, o máximo de estrangeiros possíveis seriam 240 nomes, o que de cara culminaria em uma exclusão de ao menos 111 nomes de fora do Reino Unido.

Se pegarmos apenas os jogadores presentes no elenco atual das equipes, considerando aqueles de dupla nacionalidade como do Reino Unido, temos que 16 das 20 equipes da Premier League estariam fora dos padrões da nova determinação do Brexit, sendo Watford (24), Chelsea (21), City (21), Huddersfield (21), Arsenal (19), Tottenham (18), Fulham (18), United (18), Newcastle (17), West Ham (16), Brighton (16), Liverpool (15), Leicester (15), Wolverhampton (14), Crystal Palace (13), Everton (13).

Do outro lado, apenas 4 equipes continuariam dentro dos padrões, sendo: Cardiff City (12), Southampton (11), Burnley (9), Bournemouth (7).

A única equipe que destoou muito do levantamento da Transfermarkt em relação ao nosso levantamento (feito de forma minuciosa nome a nome) é a do Cardiff City, que no Transfermarkt temos 26 nomes como estrangeiros, e na realidade temos apenas 12 nomes fora do Reino Unido.

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